domingo, 30 de dezembro de 2012

Parcerias Ruinosas by Sócrates

31.05.2012 - Análise à auditoria do Tribunal de Contas sobre PPP
José Gomes Ferreira fala sobre Parcerias Público-Privadas (PPP) ruinosas. O Tribunal de Contas fala de omissão de informação e 700 milhões de euros a mais. 





Mário Soares e o FMI


Em Agosto de 1983, o Governo do Bloco Central PS-PSD, assinou um memorando de entendimento com o FMI - Fundo Monetário Internacional.

Os impostos subiram, os preços dispararam, a moeda desvalorizou, o crédito acabou, o desemprego e os salários em atraso tornaram-se numa chaga social e havia bolsas de fome por todo o país.

O primeiro-ministro era Mário Soares.

Veja como o homem que hoje quer rasgar o acordo com a troika defendia os sacrifícios pedidos aos portugueses.

“Os problemas económicos em Portugal são fáceis de explicar e a única coisa a fazer é apertar o cinto”. DN, 27 de Maio de 1984

“Não se fazem omoletas sem ovos. Evidentemente teremos de partir alguns”.
DN, 01 de Maio de 1984

“Quem vê, do estrangeiro, este esforço e a coragem com que estamos a aplicar as medidas impopulares aprecia e louva o esforço feito por este governo.”
JN, 28 de Abril de 1984

“Quando nos reunimos com os macroeconomistas, todos reconhecem com gradações subtis ou simples nuances que a política que está a ser seguida é a necessária para Portugal”. Idem

“Fomos obrigados a fazer, sem contemplações, o diagnóstico dos nossos males colectivos e a indicar a terapêutica possível” RTP, 1 de Junho de 1984.
Idem, ibidem

“A terapêutica de choque não é diferente, aliás, da que estão a aplicar outros países da Europa bem mais ricos do que nós” RTP, 1 de Junho de 1984

“Portugal habituara-se a viver, demasiado tempo, acima dos seus meios e recursos”. Idem

“O importante é saber se invertemos ou não a corrida para o abismo em que nos instalámos irresponsavelmente”. Idem, ibidem

“[O desemprego e os salário em atraso], isso é uma questão das empresas e não do Estado. Isso é uma questão que faz parte do livre jogo das empresas e dos trabalhadores (…). O Estado só deve garantir o subsídio de desemprego”.
JN, 28 de Abril de 1984

“O que sucede é que uma empresa quando entra em falência… deve pura e simplesmente falir. (…) Só uma concepção estatal e colectivista da sociedade é que atribui ao Estado essa responsabilidade. Idem

“Anunciámos medidas de rigor e dissemos em que consistia a política de austeridade, dura mas necessária, para readquirirmos o controlo da situação financeira, reduzirmos os défices e nos pormos ao abrigo de humilhantes dependências exteriores, sem que o pais caminharia, necessariamente para a bancarrota e o desastre”. RTP, 1 de Junho de 1984

“Pedi que com imaginação e capacidade criadora o Ministério das Finanças criasse um novo tipo de receitas, daí surgiram estes novos impostos”. 1ª Página, 6 de Dezembro de 1983

“Posso garantir que não irá faltar aos portugueses nem trabalho nem salários”. DN, 19 de Fevereiro de 1984

“A CGTP concentra-se em reivindicações políticas com menosprezo dos interesses dos trabalhadores que pretende representar” RTP, 1 de Junho de1984

“A imprensa portuguesa ainda não se habituou suficientemente à democracia e é completamente irresponsável. Ela dá uma imagem completamente falsa.” Der Spiegel, 21 de Abril de 1984

“Basta circular pelo País e atentar nas inscrições nas paredes. Uma verdadeira agressão quotidiana que é intolerável que não seja punida na lei. Sê-lo-á”. RTP, 31 de Maio de 1984

“A Associação 25 de Abril é qualquer coisa que não devia ser permitida a militares em serviço” La Republica, 28 de Abril de 1984

“As finanças públicas são como uma manta que, puxada para a cabeça deixa os pés de fora e, puxada para os pés deixa a cabeça descoberta”.
Correio da Manhã, 29 de Outubro de 1984

“Não foi, de facto, com alegria no coração que aceitei ser primeiro-ministro. Não é agradável para a imagem de um politico sê-lo nas condições actuais” JN, 28 de Abril de 1984

“Temos pronta a Lei das Rendas, já depois de submetida a discussão pública, devidamente corrigida”. RTP, 1 de Junho de 1984

“Dentro de seis meses o país vai considerar-me um herói”. 6 de Junho de 1984

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Quando é que Joe Berardo nos devolve o dinheiro?




Henrique Raposo (www.expresso.pt)

Nesta terra de Deus, as coisas têm um prazo de validade de iogurte de marca branca. Já ninguém fala de Joe Berardo e das negociatas que envolveram CGD e BCP, mas convém recordar a brincadeira . Além de apontar para a típica impunidade das personagenzinhas de 'Lesboa', a tal brincadeira vai custar-nos dinheiro. Sim, a nossa carteira vai ser chamada ao assunto.

Joe Berardo recebeu da CGD cerca de mil milhões de euros para comprar 5% do BCP, e deu como garantia as próprias acções do BCP. Se tudo corresse bem, Berardo vendia as acções e ficava com o dinheiro. É o que se chama ficar-rico-sem-mexer-uma-palha. Se tudo corresse mal, o prejudicado era a CGD, isto é, o dinheiro dos contribuintes. Como se sabe, a realidade optou pela segunda via. Acções que valiam mil milhões em 2007 valem hoje um décimo desse valor. Mas, atenção, o esqueminha não acaba aqui. Os 5% comprados com o dinheiro da CGD bastaram para Joe Berardo ajudar a colocar os administradores da CGD, Vara e Santos Ferreira, ao comando do BCP. Primeira pergunta: num país com tantas leis, não existe por aí uma alínea que considere isto um crime? Esperemos sentados. Segunda pergunta: quem é que paga a conta final desta OPA chico-esperta? Nós. O empréstimo da troika tem lá uns milhões para o sistema bancário, e as imparidades da CGD estão em níveis gigantescos. Só no ano passado chegaram aos 1,2 mil milhões, e este valor continuará a marcar as imparidades do banco estatal nos próximos anos. Mais cedo ou mais tarde, a CGD realizará aumentos de capital para tapar o buraco, isto é, acabará por receber mais dinheiro dos nossos impostos.

Ora, naquele mar de imparidades confirmadas, está já incluído o dinheiro emprestado a Berardo? Se sim, quando é que o sujeito nos devolve o dinheiro? Mais: já que o Ministério Público não vê na negociata um crime mais explícito, não podemos ver ali um daqueles crimes implícitos, assim ao jeito de gestão danosa? Os gestores que deram os créditos que geraram semelhante mar de imparidades não deviam ficar impunes. Mas, claro, a impunidade é o nome do meio desta terra de Deus.

Ler mais: http://expresso.sapo.pt/quando-e-que-joe-berardo-nos-devolve-o-dinheiro=f763034#ixzz2GPMQxhF9

O Inimigo Público em versão realidade

http://31daarmada.blogs.sapo.pt/5821326.html

Artur Baptista da Silva...adivinhem lá onde...e quando...
A propósito das escolhas que os media fazem para comentaristas...

http://jornalismoassim.blogspot.pt/2012/12/noticias-que-passam-ao-lado-das_27.html

"Será que o País não saíria mais beneficiado se, televisões e rádios - em vez dos eternos especialistas de finíssima veleidade vocabular, sempre prontos para opiniar sobre a actualidade, a economia ou sobre o penalty do jogo de bola da véspera -, optassem por convidar gestores e outros colaboradores que, dia a dia, no terreno, fazem destas empresas um sucesso?"

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

O golpe do património do Estado

Para aqueles que não percebem a diferença entre a governação Sócrates e a actual... ler até ao último parágrafo!


O golpe do património do Estado



Os últimos dados que o Tribunal de Contas trouxe à luz são verdadeiramente revoltantes. Basicamente, entre 2006 e 2011 (Governo Sócrates) o Estado vendeu património... a si mesmo. Pode parecer estranho, ou não ter mal nenhum. Mas a verdade é que 1381 milhões de euros (num total de 1438 milhões) foram vendidos pelo Estado... a empresas do Estado (nomeadamente do universo Parpública).
Claro que, para quem vende é receita do OE, para quem compra é despesa de uma empresa. E assim se ajudou a ficticiamente equilibrar contas que pagamos agora. Também se sabe que muitos organismos públicos, apesar de todo o património vendido, optaram por alugar instalações. O exemplo mais conhecido é o do Campus da Justiça, na Parque Expo, em Lisboa, mas há inúmeros exemplos. Ou seja, o Estado não só disfarçou as contas, como gastou mal.
Por último, há que saber se houve comissões nestas vendas, a maioria das quais por ilegal ajuste direto. É que um por cento apenas daquele valor são mais de 13 milhões de euros... não será preciso dizer mais.
Um elogio ao Tribunal de Contas, não fica aqui mal. Os seus juízes e o seu presidente, Guilerme d'Oliveira Martins, têm sido incansáveis a denunciar casos destes. E um elogio - inédito - para o ministro das Finanças atual, Vítor Gaspar, que quando chegou ao Ministério acabou com estas vendas e optou agora por não contestar (ao contrário do que é o usual) o relatório do Tribunal


Ler mais: http://expresso.sapo.pt/o-golpe-do-patrimonio-do-estado=f776056#ixzz2GGhDPY1t

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

"Gaspar rima com falhar"?


Não é de agora que Gaspar falha previsões

Ministro foi diretor de Estudos Económicos do Ministério das Finanças, em que Braga de Macedo, titular da pasta no Governo, errou na «teoria do oásis
Não é de agora que Vítor Gaspar falha nas previsões para a economia portuguesa. O filme de 2012 já tinha acontecido em 1993. O único ano de recessão na década de 90 teve o dedo do atual ministro das Finanças.
Na altura, quem mandava nessa pasta era Braga de Macedo, o ministro otimista, de tal forma que as suas estimativas até ficaram conhecidas como a «teoria do oásis».

No ano anterior, em 1992, Gaspar era diretor do departamento de estudos económicos do Ministério das Finanças. Portanto, esteve por detrás das previsões feitas para 1993.

O «oásis» acabou por se traduzir numa recessão, menor do que a vivemos hoje, mas uma recessão. Previa-se um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2% em 1993, mas a economia acabou por recuar 0,7%. Uma grande diferença face ao ano anterior, em que a riqueza criada tinha aumentado 3,1%.

No Orçamento do Estado para 2012, o cenário era outro: as estimativas já estavam marcadas pelo pessimismo - uma recessão de 2,8%, a maior dos últimos 30 anos. Afinal será de 3%. Ainda pior. O balanço final só será feito em 2013. A ilação que se pode tirar até agora é que não acertou à primeira. Parece que o pessimismo, afinal, até tinha sido otimista.

Receita fiscal: 20 anos depois, as semelhanças

Porém, é mesmo na receita fiscal que se verifica o maior desfasamento em relação ao projetado inicialmente e ao que a execução orçamental vem apurando. O Orçamento do Estado para 2012 previa que aumentasse 2,9%.

Mas, este ano, as derrapagens foram sucessivas. Passou-se do sinal (+) para o sinal (-) num instante, logo em janeiro, mês em que a receita fiscal afundou 7,9%. De lá para cá, o encaixe com impostos foi de mal a pior. Segundo a execução orçamental de outubro - últimos dados conhecidos - a derrapagem já ia em 4,6%. Os dados de novembro serão divulgados no final desta semana.

As previsões foram «excessivamente» otimistas. O Conselho de Finanças Públicas por diversas vezes o repetiu. O Governo lá acabou por rever os números, mas o o relatório do OE2013 ainda aponta para uma receita de 1.400 milhões de euros em 2012, para a qual a Unidade Técnica de Apoio Orçamental diz que (UTAO) «não se encontra justificação». A UTAO vaticina: as receitas fiscais vão deixar um buraco de 0,4% no PIB este ano.

Recuemos, pois, vinte anos. Em 1993, o Orçamento do Estado aprovado previa um encaixe à volta de 3.340 milhões de contos (16.660 milhões de euros) com as receitas correntes.

Mas o Orçamento final, corrigido de alterações orçamentais, já estimava menos 364,7 milhões de contos (1,8 milhões de euros). E isso aconteceu porque a receita fiscal teve um desempenho bem pior do que se estava à espera: verificaram-se «decréscimos nos impostos diretos, de que fazem parte o IRS e o IRC (-163 milhões de contos) [ou 813 mil euros] e nos impostos indiretos (-210,3 milhões) ou [1 milhão de euros]», como o IVA, lê-se na Conta Geral do Estado desse ano.

Embora depois, na execução orçamental, estas rubricas tivessem sido melhores do que no Orçamento final, a revisão de previsões já lá estava. E, no final de contas, o que é facto é que as receitas correntes efetivamente cobradas caíram 5,3% em relação a 1992 (-4,8% no caso dos impostos diretos, -0,2% no caso dos indiretos).

Portanto, o otimismo em relação à evolução da receita fiscal de um ano para o outro não tinha razão de ser. As contas, preto no branco, revelaram outra realidade.

Do «oásis», 1993 ficou isolado na década de 90 com o carimbo da recessão. Ela voltou depois em 2003 (-0,9%), 2009 (-2,9%), 2011 (-1,6%) e, claro, agora em 2012. Sabe-se que 2013 também não escapará, prevendo-se que a economia contraia 1%. Na última revisão de estimativas feitas pelo Governo, o dedo de Gaspar deixou esta intacta.

http://www.agenciafinanceira.iol.pt/economia/gaspar-previsoes-receita-fiscal-recessao-execucao-orcamental-teoria-do-oasis/1402546-1730.html#

domingo, 23 de dezembro de 2012

VOTOS para 2013 - Adere, VOTA e Intervém!

Para este ano que agora se avizinha, deixo aqui uns VOTOS relativamente à ideia que o João Nogueira Santos e eu temos vindo a acarinhar, do "Adere, Vota e Intervém dentro de um Partido. Cidadania para a Mudança."
A ideia que a democracia é fácil, deve ser combatida com toda a força, pois não é fácil e exige mesmo muito dos cidadãos para que funcione bem.
A "demos" "cracia", o poder de representação do povo, é no entanto o melhor dos sistemas políticos que temos e podemos utilizar.
Em Portugal desde os tempos do Marquês de Pombal, temos vivido em ditadura quase permanente, e mesmo nos tempos que apelidamos de democracia, são tempos de uma quase ditadura dos partidos e dos poderes que a eles se agarram.
No entanto isso acontece sobretudo por culpa nossa, dos portugueses. Vejam-se os comentários que vemos todos os dias no Facebook ou que ouvimos nos cafés, em que uns defendem o actual governo, outros defendem o governo de Sócrates, uns acusam o governo do Cavaco, outros defendem o homem.
A democracia exige de nós um escrutínio muito mais elevado, que o de treinador de bancada. Mandar uns "bitaites" no Facebook ou no café, a dizer mal ou bem de determinado político, é o mesmo que andar na rua a dizer mal do vizinho que mal conhecemos... somos assim, somos portugueses, fomos educados para ser assim... agradecimentos especiais ao Marquês de Pombal.
Temos de ser capazes de construir uma democracia mais madura. Todos nós devemos isso à sociedade e aos nossos filhos (sobrinhos, netos, ...). Temos de ser capazes de fazer nós a mudança.
Começa desde logo pela capacidade de criticarmos o nosso partido (vulgo côr partidária ou clube) naquilo que ele fez ou faz de mal, e procurarmos que o futuro seja melhor. Normalmente e devido a uma doença (genética?) designada de "clubite", só conseguimos ver o mal dos outros. Veja-se o caso de Cavaco, Guterres, Sócrates, Passos Coelho, só para falar de alguns, em que em vez de os defendermos (eles que se defendam a eles próprios) temos de ver o que faríamos melhor que eles e através da nossa pressão, obrigarmos a que eles ou quem vem depois deles, tenha de fazer melhor. E isso, não é só no Facebook ou no café!
É sobretudo no local onde lhes dói, onde o poder deles se baseia, e onde os podemos deitar abaixo: dentro dos partidos que os alimentam a eles e ao seu aparelho partidário.
Os políticos que estão lá hoje, estão porque não há outras alternativas a surgir. O leitor está disponível para ser uma alternativa? Está pelo menos disponível para ajudar a criar alternativas? Contribuindo com ideias, conteúdos, sugestões, mas sobretudo com o poder do voto dentro dos seus partidos?
A principal função de um militante é regular o funcionamento do seu partido, pelos valores e ideais que ele entende serem os melhores, e apoiando escolhendo as pessoas que ele entende serem as melhores para representar esses valores e ideais. Para isso o militante não pode, nem deve, votar atrás do cacique o do voto na moda. O militante tem de ser crítico e escrutinador da função partidária, e ao mesmo tempo ajudar a seleccionar os melhores e bons dentro dos partidos, para que esses sim desempenhem as funções principais dentro do exercício do poder que lhe for atribuído por voto popular. Ora esse escrutínio só se consegue participando civicamente e nos momentos de decisão, com o poder do voto dentro dos partidos.
Tudo o mais é mero exercício de voyeurismo político partidário ou de comentador de bancada.
Estamos prontos para isso?
É que desse pequeno passo que vai do comodismo de estarmos em nossa casa, e não termos de pensar nos problemas do país, ao acto máximo de civismo que é votar em eleições dentro dos partidos, vai um salto tão grande ou maior do que aquele que dá início a uma revolução.
E o que nos precisamos é isso, uma revolução de mentalidades e de acção! Estão disponíveis para essa mudança?
É que a mudança que os portugueses todos querem é fácil... começa em cada um de nós... e o ideal é que acabasse em todos nós.
Quando a nossa democracia for mais participada, será também mais madura, e um dia será mais justa, mais próspera para todos nós.
Esses são os meus VOTOS para 2013!

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Menezes Candidato PSD à CMPorto

No âmbito do que tenho vindo a preconizar como necessidade de Aderirmos e Participarmos como cidadãos activos, na busca de um Pais melhor, não posso deixar de admitir que há muito a fazer, e que vamos ter muito trabalho, se queremos mudar de facto as coisas.
Mas sem a nossa presença nos partidos políticos, os portugueses estamos a demitirmo-nos da nossa responsabilidade de escrutinar as políticas e as pessoas que as conduzem, em cada um dos partidos do sistema político português.
Se dizemos que o país está órfão de portugueses cívica e politicamente activos, é exactamente porque sentimos que os partidos se encheram de profissionais de política e esvaziaram-se de cidadãos políticos, profissionais de outras áreas.
E no âmbito desse escrutínio, um dos aspectos mais importantes é tomarmos posição relativamente aos temas mais importantes das políticas da nossa região e do país, bem como sobre as pessoas que se candidatam a lugares como sejam o de Presidente de Câmara ou Deputado.
Nesse sentido e porque é a região onde nasci e vivi, venho por este meio fazer passar a minha opinião, que ao contrário de muitos, não vejo porque razão não poderá Luís Filipe Menezes candidatar-se a Presidente da Câmara do Porto.
Primeiro, porque a lei de limitação de mandatos não é clara, e enquanto não for clarificada, não deve ser coertada a ninguém, repito a ninguém, a possibilidade de exercer os seus direitos de cidadania, e entre eles inclui-se o de se candidatar de novo, noutra câmara.
Segundo, porque parece que para além desse pecado, ter sido Presidente e ainda por cima bem sucedido de uma das Câmaras mais importantes do país, dizem alguns que foi uma escolha imposta pelas lideranças do partido.
Não entendo, pois pelo que sei (não estive presente mas informei-me) a opção de Luís Filipe Menezes a candidato à CM Porto, foi sufragada pela maioria dos militantes presentes num plenário com o fim de se discutir o candidato do PSD ao cargo. Dá-me a sensação que há muita gente que gostaria de ser candidato, ou que tem o seu próprio candidato, e por isso procura as melhores razões para derrotar Luís Filipe Menezes ainda antes de eleições.
É típico em Portugal. Já se destitui uma Assembleia da República mandatada pelo voto popular em eleições realizadas dois anos antes, por um capricho do Presidente da República, já se cantou vitória a partidos que acabaram por perder eleições, já se fez muita coisa em cima desta ainda imatura democracia, por isso a mim isto não me estranha.
A mim de facto dá-me igual, tudo isto é politiquice interna do PSD e geral da cidade invicta e tipicamente portuguesa. Pois o que sinto é que durante os anos em que Luís Filipe Menezes foi Presidente da Câmara de Gaia fez um excelente trabalho. Tornou aquilo que era um retalho de aldeias, sem saneamento básico, com uma costa litoral sub-aproveitada, aldeias ligadas apenas por umas ruelas e uma avenida central, numa cidade do Século XXI.
Concluiu o saneamento básico, tornou Gaia numa das cidades balneares com mais bandeiras azuis do país, alargou as vias, transformou o caos de ruínhas e ruelas, em ruas e avenidas com boa apresentação para quem a visita, dinamizou a zona ribeirinha, apostou no Turismo, na Cultura, no Desporto, no Entretenimento, e apesar de todas as críticas, não fez isso à custa do endividamento, ao contrário do que muitas vezes por aí dizem.
Dizer que a dívida de uma câmara é maior do que outra "n" vezes e daí sugerir que a primeira é mal gerida, é o mesmo que dizer que a Alemanha está em ruptura financeira por ter uma dívida muito superior à de Portugal.
O município de Gaia tem a despesa a baixar, as receitas a aumentar, peso dos juros na despesa total a diminuírem, no fundo o que costuma acontecer quando a dívida contraída tem como finalidade o investimento reprodutivo.
Adicionalmente se verificarmos a divida per capita do município de Gaia é bem mais baixa que a do Porto e de Lisboa.
Fácil é por isso de verificar, que a ideia de que se Luís Filipe Menezes for Presidente da CM Porto será a falência desta na certa, peca por erro propositado ou mal informado.
Podemos duvidar se ele depois de chegar à CM Porto não entrará num modelo despesista descontrolado, mas para isso devemos nós e os cidadãos em geral, actuar cívica e politicamente para condicionar e limitar quaisquer liberdades de gestão, que se nos afigurem prejudiciais à cidade.
Tenho por tudo isto, pelo que fez no passado, pelo que acredito que possa fazer no futuro, sobretudo comparado com quaisquer dos outros candidatos conhecidos até ao momento, que Luís Filipe Menezes é o melhor candidato para a CM Porto.
Se depois será o melhor Presidente de Câmara, isso cabe-lhe a ele decidir se o quer ser, e a nós garantir que ele queira! ;-)

PS: Alguns dados para reflexão que o José Miguel Marques (membro do PortusCale) connosco partilhou.
Entre 2006 e 2011, a taxa média anual de crescimento da receita corrente no Porto (município paradigma da boa gestão) não chegou a 2%. Em Gaia foi superior a 11%! E entre 2004 e 2006 tinha mesmo sido superior a 16%!
Ora, se o investimento tivesse sido feito em rotundas, seguramente não geraria este aumento da receita corrente (não era reprodutivo).
Já agora: no ano de 2011, mais de 40% da receita corrente da CMP era gasta em Despesas com Pessoal. Gaia usava para este efeito apenas 29% da receita corrente.
Naturalmente quem tem uma estrutura "mais gorda" fica com menor flexibilidade para realizar outro tipo de despesa, nomeadamente a de investimento.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Temos de mudar os Partidos em Portugal - Pedro Santos Guerreiro


“os partidos são hoje fonte de atraso, imobilismo e corrupção... e não há meio de desarmadilhar essa teia. Nem com intervenção externa se muda a Administração local interna. Arre!!!”

Pedro Santos Guerreiro na Sábado


domingo, 9 de dezembro de 2012

Contos Proibidos: Memórias de um PS desconhecido

"Não há Democracia sem a participação dos cidadãos na vida do seu país. Escolheu-se definir, em Portugal, que o enfâse dessa participação se faça através de partidos políticos. Mas faltam ainda definir regras estritas sobre a democracia interna nos partidos que os impossibilite de se transformarem, como tem vindo a acontecer em Portugal, em aparelhos burocráticos fechados que impedem essa mesma participação." Rui Mateus em "Contos Proibidos" pág 19. Muito interessante! Vale a pena ler...
http://aventadores.files.wordpress.com/2010/12/contos_proibidos-memorias_de_um_ps_desconhecido-sem_anexos-sem_fotos2.pdf
http://aventadores.files.wordpress.com/2010/12/livro_contos_proibidos.pdf

"Contos Proibidos: Memórias de um PS desconhecido", de Rui Mateus, – fundador e ex-responsável pelas relações internacionais do PS, até 1986 – faz-nos perceber como é diferente a justiça em Portugal e noutros países da Europa.
Escrito em 1996, este livro é um retrato da personalidade de Mário Soares, antes e depois do 25 de Abril. Com laivos de ajuste de contas entre o autor e demais protagonistas socialistas, são abordados, entre outros assuntos, as dinâmicas de apoio internacional ao Partido Socialista e, em particular, a Soares, vindos de países como os EUA, Suécia, Itália, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Líbia, Noruega, Áustria ou Espanha.
Soares é descrito como alguém que «tinha uma poderosa rede de influências sobre o aparelho de Estado através da colocação de amigos fiéis em postos-chaves, escolhidos não tanto pela competência mas porque podem permitir a Soares controlar aquilo que ele, efectivamente, nunca descentralizará – o poder» (pp.151-152); «para ele, o Partido Socialista não era um instrumento de transformação do País baseado num ideal generoso, mas sim uma máquina de promoção pessoal» (p.229); e como detendo «duas faces: a do Mário Soares afável, solidário e generoso e a outra, a do arrogante, egocêntrico e autoritário» (p.237).
A teia montada em torno de Soares, com um cunhado como tesoureiro do partido, e as lutas internas fratricidas entre novos/velhos militantes (Zenha, Sampaio, Guterres, Cravinho, Arons de Carvalho, etc), que constantemente ameaçavam a primazia e o protagonismo a Soares, são descritos com minúcia em "Contos Proibidos".
Grande parte dos líderes da rede socialista internacional – uma poderosa rede de “entreajuda” europeia que, em boa verdade, só começou a render ao PS depois dos EUA, sobretudo com Carlucci, terem dado o passo decisivo de auxílio a Portugal – foi mais tarde levada à barra dos tribunais e muitos deles condenados, como Bettino Craxi de Itália, envolvidos em escândalos, como Willy Brandt, da Alemanha, ou assassinados como o sueco Olaf Palme.
Seria interessante todos lermos este livro. Relê-lo já será difícil, a não ser que alguém possua esta raridade.
O livro foi rapidamente retirado de mercado após a curta celeuma que causou (há quem diga que “alguém” comprou toda a edição) e de Rui Mateus pouco ou nada se sabe.

Porque chegamos a esta situação?

Para reflectir, numa entrevista António Costa dizia: "A situação a que chegámos não foi uma situação do acaso. A União Europeia financiou durante muitos anos Portugal para Portugal deixar de produzir; não foi só nas pescas, não foi só na agricultura, foi também na indústria, por ex. no têxtil  Nós fomos financiados para desmantelar o têxtil porque a Alemanha queria (a Alemanha e os outros países como a Alemanha) queriam que abríssemos os nossos mercados ao têxtil chinês basicamente porque ao abrir os mercados ao têxtil chinês eles exportavam os teares que produziam, para os chineses produzirem o têxtil que nós deixávamos de produzir."... dá que pensar, não dá?

Pensamento para o Natal 2012


Deixem o BOI e o JUMENTO no presépio, que eles não têm culpa nenhuma...

Tirem de lá mas é o GASPAR!!!


sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

A cidadania e a eficácia governativa

Pedro Magalhães entrevistado sobre a importância da cidadania para a democracia e para a eficácia governativa no sistema político português.


Pedro Magalhães, investigador do ICS - instituição que esta semana comemora 50 anos - fala da qualidade técnica da democracia e da forma como o apoio popular a um regime também depende da eficácia do mesmo. Entrevista de Luís Gouveia Monteiro.
(Canal Q às 23h30 no canal 15 do meo, com repetição no Sábado às 20h00 e no Domingo às 18h15, estando também disponível na opção vídeo on demand do Q).

domingo, 2 de dezembro de 2012

O GRANDE ERRO!


"No fim de tudo isto, Portugal terá uma economia feita em cacos e o mesmo problema orçamental para resolver"

Miguel Sousa Tavares, O BECO [hoje no Expresso]:

O grande erro (se assim podemos benevolamente chamar-lhe) do primeiro-ministro Vítor Gaspar é aquilo que Paul de Grauwe classifica apropriadamente como a vontade de ser o melhor aluno da turma, o mais austero da sua escola, sujeitando-se a acordar tarde de mais para o óbvio: "que, no fim de tudo isto, Portugal terá uma economia feita em cacos e o mesmo problema orçamental para resolver".
E o erro do adjunto do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, é a tentação de preencher a sua ignorância em matéria económica e a sua impreparação em matéria política encostando-se à muleta que Gaspar lhe estende, convencido de que assim hão-de conseguir atravessar para a outra margem.
Eu estou convencido do contrário: que ele irá ao fundo e nós com ele, pois está escrito nos livros que não se pode salvar as finanças públicas de um país matando a sua economia.
Já Vítor Gaspar, terá, provavelmente, um futuro garantido até à eternidade nalgum gabinete de estudos internacional ou como palestrante em universidades, para dar conferências com o tema 'Eu estava lá: como conduzi até ao fim o processo de ajustamento da economia portuguesa'.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Dinheiro Como Dívida


Dinheiro Como Dívida - Filme interessante para quem quiser perceber como funciona o Dinheiro nos nossos dias e a dívida que todos contraímos.

"Este terceiro e final filme da trilogia "Dinheiro Como Dívida" apresenta uma visão atractiva de como o dinheiro poderia funcionar no futuro. Está cheio de detalhes surpreendentes para a criação duma economia saudável gerida com tecnologias já existentes hoje. "Dinheiro como Divida 3 - Evolução para além do dinheiro" demonstra em linguagem acessível porque o nosso conceito primitivo de dinheiro como uma "mercadoria única e uniforme" é a razão principal da disfunção monetária e o maior factor de injustiça económica e política.

Existe hoje, e existe há muito tempo, uma maneira alternativa de fazer "dinheiro". "Dinheiro como Divida 3 - Evolução para além do dinheiro" demonstra com detalhes extensos e divertidos, como uma mudança fundamental no nosso velho conceito de dinheiro a par de novos avanços tecnológicos abrem a porta para um "dinheiro" livre, global, auto-equilibrado, suportado por valores reais e aberto a todos."



Upload por Victor Mendes do www.MDDVTM.org.
"Tudo que o homem não conhece não existe para ele. Por isso o mundo tem, para cada um, o tamanho que abrange o seu conhecimento."
(Carlos Bernardo González Pecotche)
"Um povo ignorante é um instrumento cego da sua própria destruição."
(Simón Bolivar)

O ideal da Democracia - Importância para a Sociedade

Os cidadãos estão a perder a fé na democracia, diz o Membro do Parlamento (MP) britânico Rory Stewart. As novas democracias como o Iraque e o Afeganistão são profundamente corruptas. Enquanto isso, 84% das pessoas na Grã-Bretanha acham que a política está a desfazer-se. Nesta palestra, Stewart chama a atenção para a necessidade de reconstruir a democracia, e que temos de começar por reconhecer o quão importante é a democracia, não só como uma ferramenta, mas sobretudo como um ideal.
Rory Stewart - um eterno caminhante, um diplomata, um aventureiro e um autor.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Desilusão ou Ilusão - NÃO VALEU A PENA!

No dia 5 de Junho de 2011 o PSD de Passos Coelho vence as eleições legislativas.
Às 23h00 Pedro Passos Coelho dirige-se ao País.
No púlpito onde discursa o lema de campanha «Está na hora de MUDAR» foi alterado para «PORTUGAL Unido e Forte».
«Quero garantir a todos os portugueses que todos os sacrifícios que tivermos de enfrentar serão acompanhados da minha parte pela transparência total e o trabalho absoluto. Quero por isso dizer a todos os portugueses que vai ser difícil mas vai valer a pena», disse na sua intervenção o futuro primeiro-ministro de Portugal.
Terá sido uma ilusão a frase «Está na hora de MUDAR», mas o que hoje me faz lembrar essa noite é a última frase «...dizer a todos os portugueses que vai ser difícil, mas vai valer a pena»!
Será que vai?
É uma grande desilusão, mas tenho a certeza (eu como a grande maioria dos portugueses) que no fim de tudo isto, não se poderá dizer que valeu a pena...
Mesmo que as coisas terminem bem, estou hoje claramente convencido que, Pedro Passos Coelho e o seu Ministro das Finanças, escolheram o caminho mais difícil e que por isso é impossível dizer que valeu a pena...
Havia outros caminhos, outras opções, que não evitavam a austeridade, mas que pelo menos apostavam no crescimento económico, o combate ao desemprego, a real diminuição de deficit e da dívida, e o caminho escolhido fez exactamente o oposto.
Por isso, mesmo que tudo termine bem, digo-o claramente e com grande pena... NÃO VALEU A PENA!

"I WOULD BE DEAD NOW" - SNS português


JS, sexo masculino, raça caucasiana, de 66 anos de idade, cidadão britânico a viver em Portugal há cinco anos, nascido e anteriormente residente em Inglaterra, teve um acidente vascular cerebral. Foi atendido no local e transportado de imediato pelo INEM para o Serviço de Urgência do Hospital dos Covões, em Coimbra (agora do CHUC), hospital central de referência da sua área de residência. Deu entrada seguindo a Via Verde dos AVCs, foi observado, tratado, internado, evoluiu bem, teve alta. No estudo da circulação carótido-vertebral feito por ecodoppler foi detectada uma estenose significativa da carótida esquerda, que a angioTAC confirmou com indicação para intervenção, na sequência dum acidente vascular a que se atribuiu natureza isquémica. Por isso foi enviado à minha consulta.
Veio com a esposa, ambos simpáticos, cultos, educados, britânicamente contidos, falando em inglês entremeado ocasionalmente com algumas palavras, muito poucas, em português com um sotaque típico. Disse-lhe que precisava de ser operado, e perguntei-lhe se para isso não preferiria ir a Inglaterra. Respondeu-me, naturalmente em inglês: "Doutor, eu tive um AVC e ao fim de meia hora estava a ser tratado - tratado, veja bem - neste hospital. No meu país isso não seria possível! Por isso é aqui que quero continuar a ser tratado. É neste hospital que eu quero ser operado."
E foi. Fez-se-lhe endarterectomia carotídea esquerda, sem intercorrências ou complicações, esteve internado quatro dias. Voltou passado um mês, em consulta de controlo pós-operatório. Sempre acompanhado pela esposa, sem sequelas evidentes de AVC, bem dispostos os dois. Exibe a cicatriz cervical, "You did a great job here" - afirma. Prescrevo o clopidogrel, conversamos, conversa rápida de consultório, o tempo (claro, ou não fosse ele inglês!), a política europeia, a crise, o euro. Levantamo-nos, depois de me despedir da esposa estendo-lhe a mão. Aperta-ma com a sua e diz, com alguma tremura no porte fleumaticamente britânico: "You know, if I lived in my country I would be dead now. Portugal saved my life. Obrigado."
Podem crer que no momento fiquei emocionado. Disfarcei o melhor que pude, acompanhei-os à porta do gabinete. É destes momentos - pessoais, como este, ou apenas conhecidos através de outros - que se constrói o enorme prazer de ter a nossa profissão. Basta o sentimento íntimo de ter feito um bom trabalho, e que acabou bem, frequentemente reconhecido por colegas e, às vezes, se calhar não muitas, pelos doentes. Mas este caso teve um sabor muito especial, porque foi a opinião de um paciente estrangeiro esclarecido, que não fala por ouvir dizer, com possibilidade de estabelecer comparações e de escolher, e que deu fortemente preferência ao nosso Serviço Nacional de Saúde e aos nossos hospitais.
Um SNS sob ataque de há vários anos para cá, em processo de descaracterização, de restruturação que parece uma desestruturação, de redução, e eliminação. Um SNS que trabalhava bem. Aquele doente inglês, ao pôr frontalmente em causa o National Health Service, fala obviamente do NHS de agora, depois da governação da Mrs. Thatcher. Depois das restruturações, descaracterizações, fusões e eliminações que sofreu, muito na senda do que tem vindo a ser feito por cá. Não do NHS que serviu de exemplo ao Mundo, e até deu o nome ao nosso. É claro que o nome manteve-se, o serviço também, mas não são nada do que eram, e os doentes sabem disso. Continua a haver grandes médicos e óptimas instituições médicas na Grã-Bretanha, mas já não são o NHS que costumava ser. E todo o esquema de assistência se ressentiu disso, agora que nos Serviços médicos dos hospitais públicos por lá há pessoal administrativo que toma parte em decisões que deveriam ser puramente clínicas. A minha emoção ao ouvir o desabafo do paciente inglês tratado em Portugal, deveu-se também à pena de termos entre nós algo de bom durante tanto tempo e os nossos doentes tantas vezes não o apreciarem devidamente, e estarmos se calhar a resvalar no sentido de a perder.
Mudar por mudar, não. Em equipa que ganha não se mexe, diz o povo e o bom senso. Em momentos de crise há frequentemente a fraqueza, por parte dos dirigentes menos esclarecidos, de mudar para ver o que é que dá, sem o discernimento de atender ao que está bem e assim o manter. É claro que mais tarde ou mais cedo virá a exigência de responsabilidades, e a exposição pública do mal que foi feito e de quem o fez, mas em geral tarde demais para o corrigir. E Portugal não pode dar-se ao luxo de deixar destruir o pouco que dentro de si funciona bem. A Saúde é um exemplo disso, e um exemplo para o estrangeiro, e matéria em que não se deve querer copiar o que vem de fora.

Carlos Costa Almeida

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Orçamento da Desilusão e da Austeridade

Desilusão por não ter havido nenhuma proposta de fundo de possível alteração do OE 2013, nem do Governo, nem da maioria, nem de nenhum dos partidos da oposição (a da BE é tão impossível como a do governo).
É um orçamento demasiado recessivo, que aumenta a carga fiscal para lá do razoável, prejudica qualquer hipótese de recuperação da economia, e que pode no limite provocar uma espiral recessiva imparável da economia portuguesa.
Esperemos que os cenários mais pessimistas não se confirmem.

Ao impor-se tanta austeridade, o resultado paradoxal da diminuição do PIB, será que o objectivo que Vitor Gaspar segue com tanta vontade, de diminuição do deficit, será totalmente falhado.
Devíamos ter um orçamento em linha com o de 2012, mas com medidas agressivas de redução da despesa, eventualmente com um aumento da carga fiscal bem mais moderado, e com medidas de apoio às empresas exportadoras, para tornar as exportações ainda mais o motor da economia.
Ao nível do combate ao desemprego, devíamos seguir o modelo (finalmente na moda) do apoio ao micro-empreendedorismo, com formação nas áreas estratégicas para o país, e usufruto dos subsídios de desemprego com um prémio, para a realização do capital social dessas micro-empresas.

Se essa tivesse sido a opção de Vitor Gaspar, não estaríamos tão preocupados com o futuro e os cenário macro não seriam tão incertos e assustadores.

A versão que foi hoje aprovada na Assembleia da República, é um tiro no escuro, sem que se consiga saber bem o resultado final.

Pode bem ser a bomba atómica com que alguns apelidaram este orçamento... esperemos que não!

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

CORTES no ESTADO SOCIAL


Estamos neste altura a discutir os cortes que vamos ter de fazer no conceito de ESTADO SOCIAL.
Na sequência de outras propostas (muito pouco se tem falado sobre isso), algumas que inclusivamente já demos ressonância e propusemos no "R", há outros actores que têm a obrigação de o fazer, como os deputados da AR das várias cores políticas, e não porque o Governo o tenha pedido, mas sim, porque é essencial para a sobrevivência do ESTADO SOCIAL.
Ainda hoje a JSD fez uma proposta que quer limitar as pensões de sobrevivência, não para cortar com o subsídio, mas para colocar limites à sua atribuição: http://www.ionline.pt/portugal/jovens-sociais-democratas-querem-limitar-pensoes-sobrevivencia
Temos de ter mais "agentes de mudança", mais forças políticas ou parceiros sociais, a pensarem o ESTADO SOCIAL e a encontrarem forma de lhe dar mais sustentabilidade e garantir o seu futuro.
A proposta da JSD, vai no sentido de outras medidas que vai ser preciso propor para reestruturar o "conceito de estado social".
Outras há para implementar, como noutros países, em que há um valor de pensão máxima, por exemplo.
Isto vai causar um choque geracional, mas ou as gerações com mais responsabilidade no estado a que isto chegou, aceitam um "hair cut" nas pensões, ou provavelmente ninguém, nem eles nem a nossa geração, vai ter pensões para receber, por falência do famigerado ESTADO SOCIAL!
As gerações que refiro contribuíram na grande maioria dos casos uma vida inteira, mas as suas contribuições eram durante muitos anos de apenas 1, 2 ou 3% do seu salário.
As premissas para a sustentabilidade do sistema nesses tempos eram baseadas num modelo que previa que as pessoas contribuíam durante 30/40 anos, e depois só dependiam das pensões por 5/10 anos.
Se essas premissas se mantivessem, não haveria necessidade de grandes alterações, mas hoje contribui-se pelos mesmos 30/40 anos e depois recebe-se por mais 20/30/40 anos.
Quase que se teria de ter uma contribuição para o Estado Social de 50% do salário.
Há ainda que reflectir sobretudo sobre a acumulação de pensões, com valores mensais muito elevados (isso não é Estado Social, é Estado dos Ricos que vivem à custa do mesmo), ou as pensões de titulares de cargos públicos que recebem pensões principescas por serem actores de cidadania no nosso país em um ou dois mandatos, ou ainda aqueles que acumulam mais que uma pensão ou com salários de administradores de empresa.
É imoral e reconhecidamente algo que todos nós entendemos como altamente injusto.
Não conheço nenhum outro país com este tipo de pensões e no entanto Portugal parece cada vez mais um país de "Velhos Ricos" e de "Jovens à Rasca".
É ISSO QUE TEMOS DE MUDAR, por que se não for a bem, vai à falência...

Haja vontade e visão, que é o que nos tem faltado em Portugal ao longo dos anos.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

ALERTA ao Governo!!! Mais um!!!


Ficou hoje a saber-se que temos recessão no Reino Unido e o Índice IFO de Confiança cai na Alemanha e sugere que poderá estar a entrar em recessão!

"A queda na pesquisa de negócios do IFO é uma lembrança de que mesmo as economias mais fortes da zona do euro estão sofrendo uma séria contracção económica", escreveu em nota a economista do Capital Economics, Jennifer McKeown. "Embora a Alemanha possa ter evitado uma recessão no terceiro trimestre, parece ser apenas uma questão de tempo para que a economia comece a contrair. Isso vai tornar o apoio às economias periféricas ainda mais difícil."



«O antigo ministro das Finanças Silva Lopes acusa a Alemanha de impor as suas políticas a Portugal e a outros países europeus, o que considera ser uma asneira monstruosa. Silva Lopes admite que o euro venha a cair. Em entrevista à jornalista da Antena1 Maria Flor Pedroso, Silva Lopes dá como exemplo o impasse que está a marcar as negociações no Conselho Europeu para defender que Berlim está a cometer uma asneira monstruosa que vai levar Portugal e a Europa em geral à desgraça. “Eles não quiseram expandir a procura interna, não quiseram expandir o consumo, quiseram travar os salários, não aumentaram os gastos do Estado, e a única coisa que eles quiseram foi aumentar as exportações. Eles aí são muito bons”, afirma. “Querem impor essa política aos outros países, e, portanto, isto acaba na desgraça. Nós vamos na enxurrada. Somos os primeiros, aliás”, acrescenta. O resultado final poderá ser o fim da moeda única. “Eu admito que o euro não vai poder funcionar com estas regras alemãs”, até porque “o que os alemães fazem é uma asneira monstruosa”. “Admito que o euro, a prazo, se possa partir”, remata.»


«O antigo governador do Banco de Portugal pede equidade. “O que eu espero – e este governo não me inspira grande confiança – é que quando cortarem cortem com critérios de equidade razoáveis. Não é cortar linearmente, como fizeram agora com o IRS, que aumentaram nalguns casos mais para os pobres e médios do que para os ricos”, aponta.»


«O antigo ministro das Finanças Silva Lopes defende que a redução da carga horária dos funcionários públicos e a redução salarial seriam duas boas medidas temporárias para evitar mais despedimentos na Administração Pública. Em entrevista à jornalista da Antena1 Maria Flor Pedroso, Silva Lopes sugere que o governo faça o mesmo que a Autoeuropa e reduza temporariamente a carga horária e o salário em vez de despedir funcionários públicos. Em relação à medida defendida pelo ministro das Finanças Vítor Gaspar de aumentar o horário de trabalho, Silva Lopes afirma que seria um bom caminho, mas não neste momento, porque agora só iria aumentar o desemprego.» Tal como a proposta do João Nogueira Santos no Adere, Vota e Intervém.

Agradar a Gregos e a Troianos



Agradar a Gregos e a Troianos não é tarefa simples, no caso de ser possível. É uma expressão usada sempre que uma decisão ou ação pende mais para um lado do do que outro dos atingidos ou alvo desta.
Agora agradar aos Alemães e principalmente aos que não se limitam a governar a Alemanha mas grande parte da zona Euro parece ser uma tarefa da qual o Ministro Vítor Gaspar se sai muito bem, isto a ter em conta as palavras simpáticas proferidas nesta semana pelo congénere Alemão e pela Chanceler Angela Merkel.

A receita parece ser simples; pagar o mais rapidamente possível a dívida contraída aos credores.
Muito bem, "A César o que é de César"; devemos por vários motivos cumprir a nossa palavra e os nossos compromissos, contudo isto levanta duas.perguntas A primeira, como foi possível gerar uma dívida tão grande e a segunda questão está relacionada com a "palavra" dada ou seja como foram negociados os empréstimos da Troika.
Arrepiando caminho, e falando nas soluções encontradas por este governo e pelo ministro das Finanças vou caracterizar estas, simpaticamente, de trapalhonas, ineficazes e insensíveis. As soluções para encher os cofres do Estado para depois os esvaziar têm uma enorme incidência na classe média, nos trabalhores do estado (que afirmam serem em demasiado número mas que durante décadas serviram como forma de pagamento de favores e de compra de votos, mecanismo usada pelos partidos da maioria de uma forma indiscriminada) e na atividade económica.

Solução simples, rápida e indolor para os protegidos de um sistema que estes últimos usurparam sem oposição nas últimas décadas. Ou seja, como os mecanismos garante da Democracia se limitaram a estar presentes nos densos livros da nossa Constituição, os responsáveis pelo estado do País saem uma vez mais beneficiados por estarem acima dos sacrifícios, ora por terem enormes  fortunas, pensões vitalícias ou cargos nas empresas privadas que anteriormente beneficiaram quando legislavam.
Enquanto isso, a população é sobrecarregada com impostos e mais impostos, nalguns casos dupla e tripla tributação, agravando os modos de vida de uma grande parte da população Portuguesa.
Come e cala, ou melhor paga e cala, ficando no ar o sentido de injustiça que é justificado pelos políticos com o facto de termos vivido acima das nossas possibilidades durante as duas últimas décadas. Na verdade quem vive e viveu acima das possibilidades foi o Estado, sobretudo este com obras megalómanas, com participação Publico-Privada, com grandes benefícios para esta última,  tendo como a Mãe de todas as Mães o Centro Cultural de Belém.

Com 2013 quase a chegar, o cenário é de um negrume intenso e pesado, levando uma parte dos Portugueses a um novo êxodo, este porventura com consequências mais graves que outras no passado. Por um lado a geração com mais escolaridade e educação que o país algum dia teve abandona este, e grande parte destes saem para não mais voltar. Acontece também que ao contrário de no passado, estes novos emigrantes não estão interessados em enviar para cá divisas pois como anteriormente referi não querem fazer cá vida num futuro próximo nem construir a casa ao estilo Avec.

Ao olhos do nossos credores estes factos são indiferentes, e também não tem que ser propriamente preocupação deles. O seu maior interesse é tirar vantagens do seu investimento, que visto de uma forma unicamente financeira é completamente legítimo.
Mas aos olhos de quem hoje pratica, manda e desmanda, anuncia e aplica mais medidas todas elas de austeridade, o Estado do País, dos seus habitantes, do seu potencial vivo e ativo de mudança e de geração de riqueza devia ser tido em consideração.
As medidas não são justas.

Podemos agradar aos Alemães, mas não agradamos aos Portugueses.


Carlos Ribeiro

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

A CULPA dos Políticos!!!

A visão corrente, aceite por quase todos, é que a culpa é dos políticos, de tudo o que corre mal.
Nós, os outros, os portugueses, coitados, não temos culpa nenhuma.
Os políticos é que são espertos e corruptos.
A austeridade actual aumentou a crítica à “política” e aos “políticos”.
Quem quiser ter audiência instantânea, do café à internet, sabe muito bem como fazer: maldizer os políticos torna o resto da mensagem mais fácil de engolir.
Foi o que fiz ao escolher este título, mas...


Como é certo e sabido, "...São TODOS iguais!!! Cobrem-se uns aos outros e vão-se revezando na roubalheira e nos tachos..." e "Mário Soares, Cavaco Silva, António Guterres, Durão Barroso, Paulo Portas, Santana Lopes, José Sócrates, Pedro Passos Coelho... entre eles e os seus amigos, distribuíram riqueza, fruto do trabalho do POVO PORTUGUÊS, não se vendo nenhum deles partilhar o esforço para tirar o País da Crise económica que ELES construíram! Todos os dias devem acordar e rir de nós!"..."O grande problema são os favores...os compadrios! E com esses ninguém acaba!"... ou ... "Eu acho que o grande problema da Portugal, e em grande parte responsável pela crise, é a falta de opções políticas... desde a presidência (O cavaco Silva, apenas habita Belém....gasta-nos dinheiro e pouco mais faz!) , ao Governo, que nos mentiu, defraudou e continua a roubar! (tudo isto cientes de que o resultado é catastrófico para a economia nacional!)"
Normalmente termina-se com "Alguém me pode explicar o que é que um cidadão comum como eu pode fazer para que a Lei deste País mude e os condene pela sua má gestão???".

Pois a resposta é simples, mas dá muito trabalho e resume-se também a uma frase simples: "Todos os mecanismos legais estão disponíveis para apresentar alterações em Leis... O problema mesmo é pedir ao ladrão que as mude...".

O problema, o problema, o problema... 
Afinal a culpa é do PROBLEMA!

E qual é o problema? O problema é que todos temos pelo menos um problema, e estamos pouco disponíveis para resolvermos NÓS esse problema, e normalmente deixamos para os OUTROS a resolução do problema, e dizemos que não percebemos como eles não resolvem O PROBLEMA!

Para mudarmos as coisas, não podemos deixar que sejam os OUTROS a decidir por nós e irmos para lá NÓS, para fazermos o devido escrutínio e de facto escolher os melhores!

Há dois caminhos possíveis: pela força da razão, que nos assiste, ir a votos e ganhar, ou pela razão da força estilo La Revolución! ;-)

E essa normalmente é a solução preferida: VAMOS FAZER UMA REVOLUÇÃO!

Mas mesmo isso dá trabalho. 
Temos as armas? 
Convencemos mais gente da bondade do nosso projecto revolucionário? 
Não chega dizermos mal! 
Dá mesmo trabalho mudar as coisas! ;-)
Convidei várias vezes, vários amigos (que reclamam muito) para os almoços do "R" aos sábado e sabem quantos consigo juntar? Entre 6 a 14 é o normal.
Acham que se consegue mudar alguma coisa com 20 pessoas, mesmo que estivéssemos armados?
A conclusão a que podemos facilmente chegar, e que infelizmente é mesmo verdade... é que é muito mais fácil viver em ditadura, pois alguém manda e nós calamos.
Isto da democracia dá trabalho.

Os tiros (pelo menos os a sério e com pistolas) eu dispenso. 
A revolução é de mentalidades, de valores e sobretudo de acção. 
Se um amigo credível em que acredito se candidatasses a um partido, eu ia lá votar, só para mudarmos as coisas. 
Como diz o palhaço Tiririca no Brasil, "pior do que está, num fica"! 
Só que votar em alguém para ser candidato dá trabalho.
É ir lá votar, dentro do partido, é ir lá ao âmago da democracia, aos fóruns políticos por excelência, aos congressos, aos plenários, lutar nas bases, convencer os outros que somos nós que temos razão, que somos nós os que faríamos diferente. 
É aceitar que "...não é apenas mandar umas bocas de quando em quando ou uns palpites para o ar...é preciso dar à sola, como dizemos no norte, ter muito espírito de sacrifício para levar de vencida os tais piores, consumir muitas horas de sono em beneficio da causa publica, prescindir do conforto da família, dos amigos e das coisas boas da vida, estar disponível para ter a vida devassada, ser insultado por tudo o que é lado, criticado pelos que não se coíbem de emitir opiniões com informação precária, ir contra a corrente quando a isso obriga o interesse nacional, cuidar com prioridade deste em detrimento da popularidade ou da sondagem que semana após semana avalia o desempenho, como se o desempenho de má governação se pudesse aquilatar quanto aos seus resultados nesse período de tempo e..., ainda, não esquecer nunca, o que a maioria dos comentadores, analistas, boqueirões, palpiteiros e tuttti quanti fazem, que estamos sob resgate, com a nossa soberania condicionada, sem liberdade de decisão e sem alternativas de financiamento. Ignorar isso é... não ter a noção da realidade, coisa que, alias, muita da dita classe media, sobretudo da geração do yupismo, ainda não percebeu! É mesmo preciso mudar de vida...porque a vida não vai ser mais igual. 
E é possível vir a ser feliz....só que de forma diferente. 
O resto...levou-nos à bancarrota de que agora estamos a tentar sair..." palavra de político.

O leitor que lê este texto está disponível para a mudança?
Estamos todos?
Conseguiu ler este texto até ao fim, ou desistiu?
Se leu, PARABÉNS.
Está a começar a mudança que precisamos.
Não basta querermos mudar.
Temos de ter força para sermos nós a mudança!!!

Uma das razões para estarmos como estamos é acharmos que todos os políticos são iguais e não sabermos separar o trigo do joio. 
Nós portugueses somos tão ou mais culpados que os nossos políticos. 
Afinal não devemos esquecer que fomos nós que os escolhemos e colocamos lá, nem que não seja pela nossa ausência na hora do voto.

Ninguém quer saber dos votos em branco ou abstenções.
Temos de ter a noção que já tivemos eleições em que só votaram 25% dos portugueses!
Isso afligiu alguém?

Se queremos mudar temos nós de fazer a mudança. Temos de usar os nossos direitos e cumprir os nossos deveres de cidadania, a começar pela participação nos partidos e promover a mudança nas bases.
Está mesmo disponível para isso?
Então aqui lhe deixo uns links, que procuram mostrar onde tudo "R"ECOMEÇA, com a nossa participação nos partidos e em movimentos como este do "R".
https://www.facebook.com/groups/aderevotaintervem/
http://www.youtube.com/watch?v=oNdWQ4Or07Q

E passem palavra... partilhem... pelo menos isso, dá pouco trabalho.
É que senão a culpa é NOSSA e não dos Políticos.
O Futuro da nossa DEMOCRACIA está nas NOSSAS mãos!

terça-feira, 20 de novembro de 2012

O Blogue da Esquerda na Assembleia da República


O Blogue da Esquerda


O Blogue da Esquerda é um "clubinho", presente na nossa Assembleia da República, dos tão aclamados intelectuais de esquerda, que mais não fazem que não seja criticar os distintos governos que os portugueses vão elegendo. 

Ora como estes senhores têm uma baixa representatividade política e as suas bandeiras são as recorrentes do costume, o aborto, a eutanásia, a liberalização das drogas, o mau funcionamento do governo, etc, ficam de facto estas sumidades muito apagadas de conteúdo, quando em "acção" na Assembleia da República.

No últimos tempos apareceram com mais uma bandeira, uma vez que as restantes se encontram universalmente desgastadas, o tão aclamado discurso do, vamos rasgar o acordo com a troika.

O pior é que estes intelectuais de esquerda, não sabem nem querem saber dar implicações do que significaria rasgar um acordo destes. Estes intelectuais, que se movem de uma forma monárquica, de uma sucessão em contínuo, esquecem, rapidamente, do significado da palavra incumpridor.

O mais incrível é o tempo de antena que têm na comunicação social,  sem representatividade, sem ideias, que mais não fazem senão criticar, e que vivem também dos tais financiamentos públicos aos partidos, que tanto criticam.

Chamo-lhe "um blogue", porque é nos blogues que normalmente as pessoas expõem as suas ideias, as suas críticas, mas que, normalmente, não as concretizam (como nós aqui no "R"). Podemos, por isso, dizer que este partido minoritário não passará, sempre, de um blogue, de um conjunto de ideias, muitas, gastas, muitas, de outros, mas cujo final será, sempre o mesmo: nada!

Isto porque os portugueses precisamos de visualizar uma luz, uma estratégia, precisamos de quem efectivamente  concretize, quem, em vez de criticar, materialize, quem, em vez de transformar a Assembleia representativa num mercado de rua, passe a propor ideias frutíferas e construtivas.

Meus amigos, os blogues são, de fato muito importantes, e será sempre importante efectuar as denúncias, mas deixem os bloguistas, os comentadores, terem o seu papel. 

Um partido político, ainda por cima com assento parlamentar, tem de ser bem mais do que isso. Um partido político tem de ser construtivo. Tem de expor ideias consistentes e com base de suporte qualificada para o bem do nosso país.

sábado, 17 de novembro de 2012

Aprofundar a Democracia

Esta é a carta aberta que eu e o João Nogueira Santos escrevemos e que hoje foi publicada no Expresso. Para ser partilhado "massivamente" e lido por todos os amigos, conhecidos e concidadãos, preocupados com o país e que querem contribuir para a mudança que todos desejamos.


sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Há alguns incompetentes, mas poucos inocentes!!!


Bem hajas Miguel Sousa Tavares pelas duras palavras que escreveste no Expresso, um longo texto, violentíssimo, mas certeiro.



Há alguns incompetentes, mas poucos inocentes. 

O que poderemos nós pensar quando, depois de tantos anos a exigir o fim das SCUT, descobrimos que, afinal, o fim das auto-estradas sem portagens ainda iria conseguir sair mais caro ao Estado?

Como caixa de ressonância daqueles que de quem é porta-voz (tendo há muito deixado de ter voz própria), o presidente da Comissão Europeia, o português Durão Barroso, veio alinhar-se com os conselhos da troika sobre Portugal: não há outro caminho que não o de seguir a “solução” da austeridade e acelerar as “reformas estruturais” ? descer os custos salariais, liberalizar mais ainda os despedimentos e diminuir o alcance do subsídio de desemprego. Que o trio formado pelo careca, o etíope e o alemão ignorem que em Portugal se está a oferecer 650 euros de ordenado a um engenheiro electrotécnico falando três línguas estrangeiras ou 580 euros a um dentista em horário completo é mais ou menos compreensível para quem os portugueses são uma abstracção matemática. Mas que um português, colocado nos altos círculos europeus e instalado nos seus hábitos, também ache que um dos nossos problemas principais são os ordenados elevados, já não é admissível. Lembremo-nos disto quando ele por aí vier candidatar-se a Presidente da República.

Durão Barroso é uma espécie de cata-vento da impotência e incompetência dos dirigentes europeus. Todas as semanas ele cheira o vento e vira-se para o lado de onde ele sopra: se os srs. Monti, Draghi, Van Rompuy se mostram vagamente preocupados com o crescimento e o emprego, lá, no alto do edifício europeu, o cata-vento aponta a direcção; se, porém, na semana seguinte, os mesmos senhores mais a srª Merkel repetem que não há vida sem austeridade, recessão e desemprego, o cata-vento vira 180 graus e passa a indicar a direcção oposta. Quando um dia se fizer a triste história destes anos de suicídio europeu, haveremos de perguntar como é que a Europa foi governada e destruída por um clube fechado de irresponsáveis, sem uma direcção, uma ideia, um projecto lógico. Como é que se começou por brincar ao directório castigador para com a Grécia para acabar a fazer implodir tudo em volta. Como é que se conseguiu levar a Lei de Murphy até ao absoluto, fazendo com que tudo o que podia correr mal tivesse corrido mal: o contágio do subprime americano na banca europeia, que era afirmadamente inviável e que estoirou com a Islândia e a Irlanda e colocou a Inglaterra de joelhos; a falência final da Grécia, submetida a um castigo tão exemplar e tão inteligente que só lhe restou a alternativa de negociar com as máfias russas e as Three Gorges chinesas; como é que a tão longamente prevista explosão da bolha imobiliária espanhola acabou por rebentar na cara dos que juravam que a Espanha aguentaria isso e muito mais; como é que as agências de notação, os mercados e a Goldman Sachs puderam livremente atacar a dívida soberana de todos os Estados europeus, excepto a Alemanha, numa estratégia concertada de cerco ao euro, que finalmente tornou toda a Europa insolvente. Ou como é que um pequeno país, como Portugal, experimentou uma receita jamais vista ? a de tentar salvar as finanças públicas através da ruína da economia ? e que, oh, espanto, produziu o resultado mais provável: arruinou uma coisa e outra. E como é que, no final de tudo isto, as periferias implodiram e só o centro ? isto é, a Alemanha e seus satélites ? se viu coberto de mercadorias que os seus parceiros europeus não tinham como comprar e atulhado em triliões de euros depositados pelos pobres e desesperados e que lhes puderam servir para comprar tudo, desde as ilhas gregas à água que os portugueses bebiam.

Deixemos os grandes senhores da Europa entregues à sua irrecuperável estupidez e detenhamo-nos sobre o nosso pequeno e infeliz exemplo, que nos serve para perceber que nada aconteceu por acaso, mas sim porque umas vezes a incompetência foi demasiada e outras a inocência foi de menos.

O que podemos nós pensar quando o ex-ministro Teixeira dos Santos ainda consegue jurar que havia um risco sistémico de contágio se não se nacionalizasse aquele covil de bandidos do BPN? Será que todo o restante sistema bancário também assentava na fraude, na evasão fiscal, nos negócios inconfessáveis para amigos, nos bancos-fantasmas em Cabo Verde para esconder dinheiro e toda a restante série de traficâncias que de há muito - de há muito! - se sabia existirem no BPN? E como, com que fundamento, com que ciência, pode continuar a sustentar que a alternativa de encerrar, pura e simplesmente, aquele vão de escada “faria recuar a economia 4%”? Ou que era previsível que a conta da nacionalização para os contribuintes não fosse além dos 700 milhões de euros?

O que poderemos nós pensar quando descobrimos que à despesa declarada e à dívida ocultada pelo dr. Jardim ainda há a somar as facturas escondidas debaixo do tapete, emitidas pelos empreiteiros amigos da “autonomia” e a quem ele prometia conseguir pagar, assim que os ventos de Lisboa lhe soprassem mais favoravelmente?

O que poderemos nós pensar quando, depois de tantos anos a exigir o fim das SCUT, descobrimos que, afinal, o fim das auto-estradas sem portagens ainda iria conseguir sair mais caro ao Estado? Como poderíamos adivinhar que havia uns contratos secretos, escondidos do Tribunal de Contas, em que o Estado garantia aos concessionários das PPP que ganhariam sempre X sem portagens e X+Y com portagens? Mas como poderíamos adivinhá-lo se nos dizem sempre que o Estado tem de recorrer aos serviços de escritórios privados de advocacia (sempre os mesmos), porque, entre os milhares de juristas dos quadros públicos, não há uma meia dúzia que consiga redigir um contrato em que o Estado não seja sempre comido por parvo?

A troika quer reformas estruturais? Ora, imponha ao Governo que faça uma lei retroactiva - sim, retroactiva - que declare a nulidade e renegociação de todos os contratos celebrados pelo Estado com privados em que seja manifesto e reconhecido pelo Tribunal de Contas que só o Estado assumiu riscos, encaixou prejuízos sem correspondência com o negócio e fez figura de anjinho. A Constituição não deixa? Ok, estabeleça-se um imposto extraordinário de 99,9% sobre os lucros excessivos dos contratos de PPP ou outros celebrados com o Estado. Eu conheço vários.
Quer outra reforma, não sei se estrutural ou conjuntural, mas, pelo menos, moral? Obrigue os bancos a aplicarem todo o dinheiro que vão buscar ao BCE a 1% de juros no financiamento da economia e das empresas viáveis e não em autocapitalização, para taparem os buracos dos negócios de favor e de influência que andaram a financiar aos grupos amigos.

Mais uma? Escrevam uma lei que estabeleça que todas as empresas de construção civil, que estão paradas por falta de obras e a despedir às dezenas de milhares, se possam dedicar à recuperação e remodelação do património urbano, público ou privado, pagando 0% de IRC nessas obras. Bruxelas não deixa? Deixa a Holanda ter um IRC que atrai para lá a sede das nossas empresas do PSI-20, mas não nos deixa baixar parte dos impostos às nossas empresas, numa situação de emergência? OK, Bruxelas que mande então fechar as empresas e despedir os trabalhadores. Cumpra-se a lei!

Outra? Proíbam as privatizações feitas segundo o modelo em moda, que consiste em privatizar a parte das empresas que dá lucro e deixar as “imparidades” a cargo do Estado: quem quiser comprar leva tudo ou não leva nada. E, já agora, que a operação financeira seja obrigatoriamente conduzida pela Caixa Geral de Depósitos (não é para isso que temos um banco público, por enquanto?). O quê, a Caixa não tem vocação ou aptidão para isso? Não me digam! Então, os administradores são pagos como privados, fazem negócios com os grandes grupos privados, até compram acções dos bancos privados e não são capazes de fazer o que os privados fazem? E, quanto à engenharia jurídica, atenta a reiterada falta de vocação e de aptidão dos serviços contratados em outsourcing para defenderem os interesses do cliente Estado, a troika que nos mande uma equipa de juristas para ensinar como se faz.

Tenho muitas mais ideias, algumas tão ingénuas como estas, mas nenhumas tão prejudiciais como aquelas com que nos têm governado. A próxima vez que o careca, o etíope e o alemão cá vierem, estou disponível para tomar um cafezinho com eles no Ritz. Pago eu, porque não tenho dinheiro para os juros que eles cobram se lhes ficar a dever.