domingo, 30 de dezembro de 2012

Parcerias Ruinosas by Sócrates

31.05.2012 - Análise à auditoria do Tribunal de Contas sobre PPP
José Gomes Ferreira fala sobre Parcerias Público-Privadas (PPP) ruinosas. O Tribunal de Contas fala de omissão de informação e 700 milhões de euros a mais. 





Mário Soares e o FMI


Em Agosto de 1983, o Governo do Bloco Central PS-PSD, assinou um memorando de entendimento com o FMI - Fundo Monetário Internacional.

Os impostos subiram, os preços dispararam, a moeda desvalorizou, o crédito acabou, o desemprego e os salários em atraso tornaram-se numa chaga social e havia bolsas de fome por todo o país.

O primeiro-ministro era Mário Soares.

Veja como o homem que hoje quer rasgar o acordo com a troika defendia os sacrifícios pedidos aos portugueses.

“Os problemas económicos em Portugal são fáceis de explicar e a única coisa a fazer é apertar o cinto”. DN, 27 de Maio de 1984

“Não se fazem omoletas sem ovos. Evidentemente teremos de partir alguns”.
DN, 01 de Maio de 1984

“Quem vê, do estrangeiro, este esforço e a coragem com que estamos a aplicar as medidas impopulares aprecia e louva o esforço feito por este governo.”
JN, 28 de Abril de 1984

“Quando nos reunimos com os macroeconomistas, todos reconhecem com gradações subtis ou simples nuances que a política que está a ser seguida é a necessária para Portugal”. Idem

“Fomos obrigados a fazer, sem contemplações, o diagnóstico dos nossos males colectivos e a indicar a terapêutica possível” RTP, 1 de Junho de 1984.
Idem, ibidem

“A terapêutica de choque não é diferente, aliás, da que estão a aplicar outros países da Europa bem mais ricos do que nós” RTP, 1 de Junho de 1984

“Portugal habituara-se a viver, demasiado tempo, acima dos seus meios e recursos”. Idem

“O importante é saber se invertemos ou não a corrida para o abismo em que nos instalámos irresponsavelmente”. Idem, ibidem

“[O desemprego e os salário em atraso], isso é uma questão das empresas e não do Estado. Isso é uma questão que faz parte do livre jogo das empresas e dos trabalhadores (…). O Estado só deve garantir o subsídio de desemprego”.
JN, 28 de Abril de 1984

“O que sucede é que uma empresa quando entra em falência… deve pura e simplesmente falir. (…) Só uma concepção estatal e colectivista da sociedade é que atribui ao Estado essa responsabilidade. Idem

“Anunciámos medidas de rigor e dissemos em que consistia a política de austeridade, dura mas necessária, para readquirirmos o controlo da situação financeira, reduzirmos os défices e nos pormos ao abrigo de humilhantes dependências exteriores, sem que o pais caminharia, necessariamente para a bancarrota e o desastre”. RTP, 1 de Junho de 1984

“Pedi que com imaginação e capacidade criadora o Ministério das Finanças criasse um novo tipo de receitas, daí surgiram estes novos impostos”. 1ª Página, 6 de Dezembro de 1983

“Posso garantir que não irá faltar aos portugueses nem trabalho nem salários”. DN, 19 de Fevereiro de 1984

“A CGTP concentra-se em reivindicações políticas com menosprezo dos interesses dos trabalhadores que pretende representar” RTP, 1 de Junho de1984

“A imprensa portuguesa ainda não se habituou suficientemente à democracia e é completamente irresponsável. Ela dá uma imagem completamente falsa.” Der Spiegel, 21 de Abril de 1984

“Basta circular pelo País e atentar nas inscrições nas paredes. Uma verdadeira agressão quotidiana que é intolerável que não seja punida na lei. Sê-lo-á”. RTP, 31 de Maio de 1984

“A Associação 25 de Abril é qualquer coisa que não devia ser permitida a militares em serviço” La Republica, 28 de Abril de 1984

“As finanças públicas são como uma manta que, puxada para a cabeça deixa os pés de fora e, puxada para os pés deixa a cabeça descoberta”.
Correio da Manhã, 29 de Outubro de 1984

“Não foi, de facto, com alegria no coração que aceitei ser primeiro-ministro. Não é agradável para a imagem de um politico sê-lo nas condições actuais” JN, 28 de Abril de 1984

“Temos pronta a Lei das Rendas, já depois de submetida a discussão pública, devidamente corrigida”. RTP, 1 de Junho de 1984

“Dentro de seis meses o país vai considerar-me um herói”. 6 de Junho de 1984

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Quando é que Joe Berardo nos devolve o dinheiro?




Henrique Raposo (www.expresso.pt)

Nesta terra de Deus, as coisas têm um prazo de validade de iogurte de marca branca. Já ninguém fala de Joe Berardo e das negociatas que envolveram CGD e BCP, mas convém recordar a brincadeira . Além de apontar para a típica impunidade das personagenzinhas de 'Lesboa', a tal brincadeira vai custar-nos dinheiro. Sim, a nossa carteira vai ser chamada ao assunto.

Joe Berardo recebeu da CGD cerca de mil milhões de euros para comprar 5% do BCP, e deu como garantia as próprias acções do BCP. Se tudo corresse bem, Berardo vendia as acções e ficava com o dinheiro. É o que se chama ficar-rico-sem-mexer-uma-palha. Se tudo corresse mal, o prejudicado era a CGD, isto é, o dinheiro dos contribuintes. Como se sabe, a realidade optou pela segunda via. Acções que valiam mil milhões em 2007 valem hoje um décimo desse valor. Mas, atenção, o esqueminha não acaba aqui. Os 5% comprados com o dinheiro da CGD bastaram para Joe Berardo ajudar a colocar os administradores da CGD, Vara e Santos Ferreira, ao comando do BCP. Primeira pergunta: num país com tantas leis, não existe por aí uma alínea que considere isto um crime? Esperemos sentados. Segunda pergunta: quem é que paga a conta final desta OPA chico-esperta? Nós. O empréstimo da troika tem lá uns milhões para o sistema bancário, e as imparidades da CGD estão em níveis gigantescos. Só no ano passado chegaram aos 1,2 mil milhões, e este valor continuará a marcar as imparidades do banco estatal nos próximos anos. Mais cedo ou mais tarde, a CGD realizará aumentos de capital para tapar o buraco, isto é, acabará por receber mais dinheiro dos nossos impostos.

Ora, naquele mar de imparidades confirmadas, está já incluído o dinheiro emprestado a Berardo? Se sim, quando é que o sujeito nos devolve o dinheiro? Mais: já que o Ministério Público não vê na negociata um crime mais explícito, não podemos ver ali um daqueles crimes implícitos, assim ao jeito de gestão danosa? Os gestores que deram os créditos que geraram semelhante mar de imparidades não deviam ficar impunes. Mas, claro, a impunidade é o nome do meio desta terra de Deus.

Ler mais: http://expresso.sapo.pt/quando-e-que-joe-berardo-nos-devolve-o-dinheiro=f763034#ixzz2GPMQxhF9

O Inimigo Público em versão realidade

http://31daarmada.blogs.sapo.pt/5821326.html

Artur Baptista da Silva...adivinhem lá onde...e quando...
A propósito das escolhas que os media fazem para comentaristas...

http://jornalismoassim.blogspot.pt/2012/12/noticias-que-passam-ao-lado-das_27.html

"Será que o País não saíria mais beneficiado se, televisões e rádios - em vez dos eternos especialistas de finíssima veleidade vocabular, sempre prontos para opiniar sobre a actualidade, a economia ou sobre o penalty do jogo de bola da véspera -, optassem por convidar gestores e outros colaboradores que, dia a dia, no terreno, fazem destas empresas um sucesso?"

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

O golpe do património do Estado

Para aqueles que não percebem a diferença entre a governação Sócrates e a actual... ler até ao último parágrafo!


O golpe do património do Estado



Os últimos dados que o Tribunal de Contas trouxe à luz são verdadeiramente revoltantes. Basicamente, entre 2006 e 2011 (Governo Sócrates) o Estado vendeu património... a si mesmo. Pode parecer estranho, ou não ter mal nenhum. Mas a verdade é que 1381 milhões de euros (num total de 1438 milhões) foram vendidos pelo Estado... a empresas do Estado (nomeadamente do universo Parpública).
Claro que, para quem vende é receita do OE, para quem compra é despesa de uma empresa. E assim se ajudou a ficticiamente equilibrar contas que pagamos agora. Também se sabe que muitos organismos públicos, apesar de todo o património vendido, optaram por alugar instalações. O exemplo mais conhecido é o do Campus da Justiça, na Parque Expo, em Lisboa, mas há inúmeros exemplos. Ou seja, o Estado não só disfarçou as contas, como gastou mal.
Por último, há que saber se houve comissões nestas vendas, a maioria das quais por ilegal ajuste direto. É que um por cento apenas daquele valor são mais de 13 milhões de euros... não será preciso dizer mais.
Um elogio ao Tribunal de Contas, não fica aqui mal. Os seus juízes e o seu presidente, Guilerme d'Oliveira Martins, têm sido incansáveis a denunciar casos destes. E um elogio - inédito - para o ministro das Finanças atual, Vítor Gaspar, que quando chegou ao Ministério acabou com estas vendas e optou agora por não contestar (ao contrário do que é o usual) o relatório do Tribunal


Ler mais: http://expresso.sapo.pt/o-golpe-do-patrimonio-do-estado=f776056#ixzz2GGhDPY1t

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

"Gaspar rima com falhar"?


Não é de agora que Gaspar falha previsões

Ministro foi diretor de Estudos Económicos do Ministério das Finanças, em que Braga de Macedo, titular da pasta no Governo, errou na «teoria do oásis
Não é de agora que Vítor Gaspar falha nas previsões para a economia portuguesa. O filme de 2012 já tinha acontecido em 1993. O único ano de recessão na década de 90 teve o dedo do atual ministro das Finanças.
Na altura, quem mandava nessa pasta era Braga de Macedo, o ministro otimista, de tal forma que as suas estimativas até ficaram conhecidas como a «teoria do oásis».

No ano anterior, em 1992, Gaspar era diretor do departamento de estudos económicos do Ministério das Finanças. Portanto, esteve por detrás das previsões feitas para 1993.

O «oásis» acabou por se traduzir numa recessão, menor do que a vivemos hoje, mas uma recessão. Previa-se um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2% em 1993, mas a economia acabou por recuar 0,7%. Uma grande diferença face ao ano anterior, em que a riqueza criada tinha aumentado 3,1%.

No Orçamento do Estado para 2012, o cenário era outro: as estimativas já estavam marcadas pelo pessimismo - uma recessão de 2,8%, a maior dos últimos 30 anos. Afinal será de 3%. Ainda pior. O balanço final só será feito em 2013. A ilação que se pode tirar até agora é que não acertou à primeira. Parece que o pessimismo, afinal, até tinha sido otimista.

Receita fiscal: 20 anos depois, as semelhanças

Porém, é mesmo na receita fiscal que se verifica o maior desfasamento em relação ao projetado inicialmente e ao que a execução orçamental vem apurando. O Orçamento do Estado para 2012 previa que aumentasse 2,9%.

Mas, este ano, as derrapagens foram sucessivas. Passou-se do sinal (+) para o sinal (-) num instante, logo em janeiro, mês em que a receita fiscal afundou 7,9%. De lá para cá, o encaixe com impostos foi de mal a pior. Segundo a execução orçamental de outubro - últimos dados conhecidos - a derrapagem já ia em 4,6%. Os dados de novembro serão divulgados no final desta semana.

As previsões foram «excessivamente» otimistas. O Conselho de Finanças Públicas por diversas vezes o repetiu. O Governo lá acabou por rever os números, mas o o relatório do OE2013 ainda aponta para uma receita de 1.400 milhões de euros em 2012, para a qual a Unidade Técnica de Apoio Orçamental diz que (UTAO) «não se encontra justificação». A UTAO vaticina: as receitas fiscais vão deixar um buraco de 0,4% no PIB este ano.

Recuemos, pois, vinte anos. Em 1993, o Orçamento do Estado aprovado previa um encaixe à volta de 3.340 milhões de contos (16.660 milhões de euros) com as receitas correntes.

Mas o Orçamento final, corrigido de alterações orçamentais, já estimava menos 364,7 milhões de contos (1,8 milhões de euros). E isso aconteceu porque a receita fiscal teve um desempenho bem pior do que se estava à espera: verificaram-se «decréscimos nos impostos diretos, de que fazem parte o IRS e o IRC (-163 milhões de contos) [ou 813 mil euros] e nos impostos indiretos (-210,3 milhões) ou [1 milhão de euros]», como o IVA, lê-se na Conta Geral do Estado desse ano.

Embora depois, na execução orçamental, estas rubricas tivessem sido melhores do que no Orçamento final, a revisão de previsões já lá estava. E, no final de contas, o que é facto é que as receitas correntes efetivamente cobradas caíram 5,3% em relação a 1992 (-4,8% no caso dos impostos diretos, -0,2% no caso dos indiretos).

Portanto, o otimismo em relação à evolução da receita fiscal de um ano para o outro não tinha razão de ser. As contas, preto no branco, revelaram outra realidade.

Do «oásis», 1993 ficou isolado na década de 90 com o carimbo da recessão. Ela voltou depois em 2003 (-0,9%), 2009 (-2,9%), 2011 (-1,6%) e, claro, agora em 2012. Sabe-se que 2013 também não escapará, prevendo-se que a economia contraia 1%. Na última revisão de estimativas feitas pelo Governo, o dedo de Gaspar deixou esta intacta.

http://www.agenciafinanceira.iol.pt/economia/gaspar-previsoes-receita-fiscal-recessao-execucao-orcamental-teoria-do-oasis/1402546-1730.html#

domingo, 23 de dezembro de 2012

VOTOS para 2013 - Adere, VOTA e Intervém!

Para este ano que agora se avizinha, deixo aqui uns VOTOS relativamente à ideia que o João Nogueira Santos e eu temos vindo a acarinhar, do "Adere, Vota e Intervém dentro de um Partido. Cidadania para a Mudança."
A ideia que a democracia é fácil, deve ser combatida com toda a força, pois não é fácil e exige mesmo muito dos cidadãos para que funcione bem.
A "demos" "cracia", o poder de representação do povo, é no entanto o melhor dos sistemas políticos que temos e podemos utilizar.
Em Portugal desde os tempos do Marquês de Pombal, temos vivido em ditadura quase permanente, e mesmo nos tempos que apelidamos de democracia, são tempos de uma quase ditadura dos partidos e dos poderes que a eles se agarram.
No entanto isso acontece sobretudo por culpa nossa, dos portugueses. Vejam-se os comentários que vemos todos os dias no Facebook ou que ouvimos nos cafés, em que uns defendem o actual governo, outros defendem o governo de Sócrates, uns acusam o governo do Cavaco, outros defendem o homem.
A democracia exige de nós um escrutínio muito mais elevado, que o de treinador de bancada. Mandar uns "bitaites" no Facebook ou no café, a dizer mal ou bem de determinado político, é o mesmo que andar na rua a dizer mal do vizinho que mal conhecemos... somos assim, somos portugueses, fomos educados para ser assim... agradecimentos especiais ao Marquês de Pombal.
Temos de ser capazes de construir uma democracia mais madura. Todos nós devemos isso à sociedade e aos nossos filhos (sobrinhos, netos, ...). Temos de ser capazes de fazer nós a mudança.
Começa desde logo pela capacidade de criticarmos o nosso partido (vulgo côr partidária ou clube) naquilo que ele fez ou faz de mal, e procurarmos que o futuro seja melhor. Normalmente e devido a uma doença (genética?) designada de "clubite", só conseguimos ver o mal dos outros. Veja-se o caso de Cavaco, Guterres, Sócrates, Passos Coelho, só para falar de alguns, em que em vez de os defendermos (eles que se defendam a eles próprios) temos de ver o que faríamos melhor que eles e através da nossa pressão, obrigarmos a que eles ou quem vem depois deles, tenha de fazer melhor. E isso, não é só no Facebook ou no café!
É sobretudo no local onde lhes dói, onde o poder deles se baseia, e onde os podemos deitar abaixo: dentro dos partidos que os alimentam a eles e ao seu aparelho partidário.
Os políticos que estão lá hoje, estão porque não há outras alternativas a surgir. O leitor está disponível para ser uma alternativa? Está pelo menos disponível para ajudar a criar alternativas? Contribuindo com ideias, conteúdos, sugestões, mas sobretudo com o poder do voto dentro dos seus partidos?
A principal função de um militante é regular o funcionamento do seu partido, pelos valores e ideais que ele entende serem os melhores, e apoiando escolhendo as pessoas que ele entende serem as melhores para representar esses valores e ideais. Para isso o militante não pode, nem deve, votar atrás do cacique o do voto na moda. O militante tem de ser crítico e escrutinador da função partidária, e ao mesmo tempo ajudar a seleccionar os melhores e bons dentro dos partidos, para que esses sim desempenhem as funções principais dentro do exercício do poder que lhe for atribuído por voto popular. Ora esse escrutínio só se consegue participando civicamente e nos momentos de decisão, com o poder do voto dentro dos partidos.
Tudo o mais é mero exercício de voyeurismo político partidário ou de comentador de bancada.
Estamos prontos para isso?
É que desse pequeno passo que vai do comodismo de estarmos em nossa casa, e não termos de pensar nos problemas do país, ao acto máximo de civismo que é votar em eleições dentro dos partidos, vai um salto tão grande ou maior do que aquele que dá início a uma revolução.
E o que nos precisamos é isso, uma revolução de mentalidades e de acção! Estão disponíveis para essa mudança?
É que a mudança que os portugueses todos querem é fácil... começa em cada um de nós... e o ideal é que acabasse em todos nós.
Quando a nossa democracia for mais participada, será também mais madura, e um dia será mais justa, mais próspera para todos nós.
Esses são os meus VOTOS para 2013!

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Menezes Candidato PSD à CMPorto

No âmbito do que tenho vindo a preconizar como necessidade de Aderirmos e Participarmos como cidadãos activos, na busca de um Pais melhor, não posso deixar de admitir que há muito a fazer, e que vamos ter muito trabalho, se queremos mudar de facto as coisas.
Mas sem a nossa presença nos partidos políticos, os portugueses estamos a demitirmo-nos da nossa responsabilidade de escrutinar as políticas e as pessoas que as conduzem, em cada um dos partidos do sistema político português.
Se dizemos que o país está órfão de portugueses cívica e politicamente activos, é exactamente porque sentimos que os partidos se encheram de profissionais de política e esvaziaram-se de cidadãos políticos, profissionais de outras áreas.
E no âmbito desse escrutínio, um dos aspectos mais importantes é tomarmos posição relativamente aos temas mais importantes das políticas da nossa região e do país, bem como sobre as pessoas que se candidatam a lugares como sejam o de Presidente de Câmara ou Deputado.
Nesse sentido e porque é a região onde nasci e vivi, venho por este meio fazer passar a minha opinião, que ao contrário de muitos, não vejo porque razão não poderá Luís Filipe Menezes candidatar-se a Presidente da Câmara do Porto.
Primeiro, porque a lei de limitação de mandatos não é clara, e enquanto não for clarificada, não deve ser coertada a ninguém, repito a ninguém, a possibilidade de exercer os seus direitos de cidadania, e entre eles inclui-se o de se candidatar de novo, noutra câmara.
Segundo, porque parece que para além desse pecado, ter sido Presidente e ainda por cima bem sucedido de uma das Câmaras mais importantes do país, dizem alguns que foi uma escolha imposta pelas lideranças do partido.
Não entendo, pois pelo que sei (não estive presente mas informei-me) a opção de Luís Filipe Menezes a candidato à CM Porto, foi sufragada pela maioria dos militantes presentes num plenário com o fim de se discutir o candidato do PSD ao cargo. Dá-me a sensação que há muita gente que gostaria de ser candidato, ou que tem o seu próprio candidato, e por isso procura as melhores razões para derrotar Luís Filipe Menezes ainda antes de eleições.
É típico em Portugal. Já se destitui uma Assembleia da República mandatada pelo voto popular em eleições realizadas dois anos antes, por um capricho do Presidente da República, já se cantou vitória a partidos que acabaram por perder eleições, já se fez muita coisa em cima desta ainda imatura democracia, por isso a mim isto não me estranha.
A mim de facto dá-me igual, tudo isto é politiquice interna do PSD e geral da cidade invicta e tipicamente portuguesa. Pois o que sinto é que durante os anos em que Luís Filipe Menezes foi Presidente da Câmara de Gaia fez um excelente trabalho. Tornou aquilo que era um retalho de aldeias, sem saneamento básico, com uma costa litoral sub-aproveitada, aldeias ligadas apenas por umas ruelas e uma avenida central, numa cidade do Século XXI.
Concluiu o saneamento básico, tornou Gaia numa das cidades balneares com mais bandeiras azuis do país, alargou as vias, transformou o caos de ruínhas e ruelas, em ruas e avenidas com boa apresentação para quem a visita, dinamizou a zona ribeirinha, apostou no Turismo, na Cultura, no Desporto, no Entretenimento, e apesar de todas as críticas, não fez isso à custa do endividamento, ao contrário do que muitas vezes por aí dizem.
Dizer que a dívida de uma câmara é maior do que outra "n" vezes e daí sugerir que a primeira é mal gerida, é o mesmo que dizer que a Alemanha está em ruptura financeira por ter uma dívida muito superior à de Portugal.
O município de Gaia tem a despesa a baixar, as receitas a aumentar, peso dos juros na despesa total a diminuírem, no fundo o que costuma acontecer quando a dívida contraída tem como finalidade o investimento reprodutivo.
Adicionalmente se verificarmos a divida per capita do município de Gaia é bem mais baixa que a do Porto e de Lisboa.
Fácil é por isso de verificar, que a ideia de que se Luís Filipe Menezes for Presidente da CM Porto será a falência desta na certa, peca por erro propositado ou mal informado.
Podemos duvidar se ele depois de chegar à CM Porto não entrará num modelo despesista descontrolado, mas para isso devemos nós e os cidadãos em geral, actuar cívica e politicamente para condicionar e limitar quaisquer liberdades de gestão, que se nos afigurem prejudiciais à cidade.
Tenho por tudo isto, pelo que fez no passado, pelo que acredito que possa fazer no futuro, sobretudo comparado com quaisquer dos outros candidatos conhecidos até ao momento, que Luís Filipe Menezes é o melhor candidato para a CM Porto.
Se depois será o melhor Presidente de Câmara, isso cabe-lhe a ele decidir se o quer ser, e a nós garantir que ele queira! ;-)

PS: Alguns dados para reflexão que o José Miguel Marques (membro do PortusCale) connosco partilhou.
Entre 2006 e 2011, a taxa média anual de crescimento da receita corrente no Porto (município paradigma da boa gestão) não chegou a 2%. Em Gaia foi superior a 11%! E entre 2004 e 2006 tinha mesmo sido superior a 16%!
Ora, se o investimento tivesse sido feito em rotundas, seguramente não geraria este aumento da receita corrente (não era reprodutivo).
Já agora: no ano de 2011, mais de 40% da receita corrente da CMP era gasta em Despesas com Pessoal. Gaia usava para este efeito apenas 29% da receita corrente.
Naturalmente quem tem uma estrutura "mais gorda" fica com menor flexibilidade para realizar outro tipo de despesa, nomeadamente a de investimento.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Temos de mudar os Partidos em Portugal - Pedro Santos Guerreiro


“os partidos são hoje fonte de atraso, imobilismo e corrupção... e não há meio de desarmadilhar essa teia. Nem com intervenção externa se muda a Administração local interna. Arre!!!”

Pedro Santos Guerreiro na Sábado


domingo, 9 de dezembro de 2012

Contos Proibidos: Memórias de um PS desconhecido

"Não há Democracia sem a participação dos cidadãos na vida do seu país. Escolheu-se definir, em Portugal, que o enfâse dessa participação se faça através de partidos políticos. Mas faltam ainda definir regras estritas sobre a democracia interna nos partidos que os impossibilite de se transformarem, como tem vindo a acontecer em Portugal, em aparelhos burocráticos fechados que impedem essa mesma participação." Rui Mateus em "Contos Proibidos" pág 19. Muito interessante! Vale a pena ler...
http://aventadores.files.wordpress.com/2010/12/contos_proibidos-memorias_de_um_ps_desconhecido-sem_anexos-sem_fotos2.pdf
http://aventadores.files.wordpress.com/2010/12/livro_contos_proibidos.pdf

"Contos Proibidos: Memórias de um PS desconhecido", de Rui Mateus, – fundador e ex-responsável pelas relações internacionais do PS, até 1986 – faz-nos perceber como é diferente a justiça em Portugal e noutros países da Europa.
Escrito em 1996, este livro é um retrato da personalidade de Mário Soares, antes e depois do 25 de Abril. Com laivos de ajuste de contas entre o autor e demais protagonistas socialistas, são abordados, entre outros assuntos, as dinâmicas de apoio internacional ao Partido Socialista e, em particular, a Soares, vindos de países como os EUA, Suécia, Itália, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Líbia, Noruega, Áustria ou Espanha.
Soares é descrito como alguém que «tinha uma poderosa rede de influências sobre o aparelho de Estado através da colocação de amigos fiéis em postos-chaves, escolhidos não tanto pela competência mas porque podem permitir a Soares controlar aquilo que ele, efectivamente, nunca descentralizará – o poder» (pp.151-152); «para ele, o Partido Socialista não era um instrumento de transformação do País baseado num ideal generoso, mas sim uma máquina de promoção pessoal» (p.229); e como detendo «duas faces: a do Mário Soares afável, solidário e generoso e a outra, a do arrogante, egocêntrico e autoritário» (p.237).
A teia montada em torno de Soares, com um cunhado como tesoureiro do partido, e as lutas internas fratricidas entre novos/velhos militantes (Zenha, Sampaio, Guterres, Cravinho, Arons de Carvalho, etc), que constantemente ameaçavam a primazia e o protagonismo a Soares, são descritos com minúcia em "Contos Proibidos".
Grande parte dos líderes da rede socialista internacional – uma poderosa rede de “entreajuda” europeia que, em boa verdade, só começou a render ao PS depois dos EUA, sobretudo com Carlucci, terem dado o passo decisivo de auxílio a Portugal – foi mais tarde levada à barra dos tribunais e muitos deles condenados, como Bettino Craxi de Itália, envolvidos em escândalos, como Willy Brandt, da Alemanha, ou assassinados como o sueco Olaf Palme.
Seria interessante todos lermos este livro. Relê-lo já será difícil, a não ser que alguém possua esta raridade.
O livro foi rapidamente retirado de mercado após a curta celeuma que causou (há quem diga que “alguém” comprou toda a edição) e de Rui Mateus pouco ou nada se sabe.

Porque chegamos a esta situação?

Para reflectir, numa entrevista António Costa dizia: "A situação a que chegámos não foi uma situação do acaso. A União Europeia financiou durante muitos anos Portugal para Portugal deixar de produzir; não foi só nas pescas, não foi só na agricultura, foi também na indústria, por ex. no têxtil  Nós fomos financiados para desmantelar o têxtil porque a Alemanha queria (a Alemanha e os outros países como a Alemanha) queriam que abríssemos os nossos mercados ao têxtil chinês basicamente porque ao abrir os mercados ao têxtil chinês eles exportavam os teares que produziam, para os chineses produzirem o têxtil que nós deixávamos de produzir."... dá que pensar, não dá?

Pensamento para o Natal 2012


Deixem o BOI e o JUMENTO no presépio, que eles não têm culpa nenhuma...

Tirem de lá mas é o GASPAR!!!


sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

A cidadania e a eficácia governativa

Pedro Magalhães entrevistado sobre a importância da cidadania para a democracia e para a eficácia governativa no sistema político português.


Pedro Magalhães, investigador do ICS - instituição que esta semana comemora 50 anos - fala da qualidade técnica da democracia e da forma como o apoio popular a um regime também depende da eficácia do mesmo. Entrevista de Luís Gouveia Monteiro.
(Canal Q às 23h30 no canal 15 do meo, com repetição no Sábado às 20h00 e no Domingo às 18h15, estando também disponível na opção vídeo on demand do Q).

domingo, 2 de dezembro de 2012

O GRANDE ERRO!


"No fim de tudo isto, Portugal terá uma economia feita em cacos e o mesmo problema orçamental para resolver"

Miguel Sousa Tavares, O BECO [hoje no Expresso]:

O grande erro (se assim podemos benevolamente chamar-lhe) do primeiro-ministro Vítor Gaspar é aquilo que Paul de Grauwe classifica apropriadamente como a vontade de ser o melhor aluno da turma, o mais austero da sua escola, sujeitando-se a acordar tarde de mais para o óbvio: "que, no fim de tudo isto, Portugal terá uma economia feita em cacos e o mesmo problema orçamental para resolver".
E o erro do adjunto do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, é a tentação de preencher a sua ignorância em matéria económica e a sua impreparação em matéria política encostando-se à muleta que Gaspar lhe estende, convencido de que assim hão-de conseguir atravessar para a outra margem.
Eu estou convencido do contrário: que ele irá ao fundo e nós com ele, pois está escrito nos livros que não se pode salvar as finanças públicas de um país matando a sua economia.
Já Vítor Gaspar, terá, provavelmente, um futuro garantido até à eternidade nalgum gabinete de estudos internacional ou como palestrante em universidades, para dar conferências com o tema 'Eu estava lá: como conduzi até ao fim o processo de ajustamento da economia portuguesa'.