sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

FERRO DA VERGONHA

Ferro Rodrigues, a segunda figura do Estado andou ontem a fazer de ditador em plena Assembleia da República, logo ele que diz ter sido muitas vezes perseguido pela ditadura de Salazar.

Quando um deputado do PCP na Assembleia da República perguntou:
"Foi para isto que fizeram o 25 de Abril? É uma vergonha!"
A palavra vergonha não tinha mal, certo?

Quando Jorge Coelho enquanto deputado disse:
"A vergonha é não ter vergonha"
A palavra vergonha não tinha mal, certo?

Quando na constituinte Galvão de Melo disse:
"Sinceramente, não sentis vergonha em presença de tais descolonizações? Vergonha e amargura? Eu, sim."
A palavra vergonha não tinha de certeza mal!

Quando Eça de Queiroz escreveu sobre a Assembleia:
"O parlamento é uma vergonha".
A palavra vergonha tinha muita razão de ser, certo?

Quando Marinho Pinto na tomada de posse como Bastonário da Ordem dos Advogados disse:
"É, pois, o momento de denunciar publicamente a vergonha que alastra... Trata-se de uma vergonha a que rapidamente tem de se pôr cobro..."
A palavra vergonha tinha mal?

"Apesar de se tratar de um órgão fundamental para o equilíbrio de poderes durante a Monarquia, o seu desprestígio era considerável, ao ponto de motivar comentários pouco agradáveis do rei D. Pedro V, que chegou a confessar vergonha da sua existência."
E aquí já se poderia dizer que a Assembleia era uma vergonha, ou não?

Quando este mesmo Ferro Rodrigues disse na Assembleia da República para Passos Coelho:
"O que se passa na TAP é uma vergonha para o seu Governo".
A palavra vergonha não tinha mal nenhum, certo?

Dir-se-ia que o que Ferro Rodrigues fez ontem é que é uma vergonha. Se tiver um pouco de vergonha, retratar-se-á do que fez.

A noção de que somos alvo da troça é tremenda. Kafka dizia que não há nada mais estigmatizante que a vergonha. Será que a Vergonha de saber que o deputado do Chega tinha razão, estigmatizou assim tanto Ferro Rodrigues?



https://www.publico.pt/2019/12/12/politica/noticia/votos-propostos-palavra-vergonha-abrem-guerra-ventura-ferro-rodrigues-1897178

quinta-feira, 7 de março de 2019

Uma “família” muito grande...


25 Fevereiro, 2019
by Cristina Miranda

Não há mais nenhum caso como o nosso na Europa. Nenhum. Somos manifestamente uma “República familiar” onde quase todos os parentes do PS têm lugar no governo.
Uma vergonha que nos coloca ao nível dos países mais corruptos e ditatoriais mas que não envergonha nadinha o PS que usa e abusa do nepotismo para se instalar e perpetuar-se no poder. Isto não é uma democracia.
Isto é um “polvo”. Uma “família siciliana”. Um negócio.
Não lembra nem ao diabo ter no mesmo governo a família inteira Vieira da Silva: pai, mãe e filha.
Como não lembra ter inúmeros cônjuges, filhos, noras, irmãos e amigos (estes nunca podem faltar). 
Preparados para a lista extensa?
Aqui vai:

  • João Gomes Cravinho, ministro da Defesa, é filho do ex-ministro João Cravinho;
  • António Mendonça Mendes, secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, é irmão de Ana Catarina Mendes, secretária-geral adjunta do PS;
  • Eduardo Cabrita, ministro da Administração Interna, é marido de Ana Paula Vitorino, ministra do Mar;
  • Ana Paula Vitorino, ministra do Mar, escolheu recentemente o advogado Eduardo Paz Ferreira para presidir à comissão que vai renegociar a concessão do terminal de Sines (em cima da mesa: 100 milhões de euros para expansão do terminal);
  • O advogado Eduardo Paz Ferreira é marido da ministra da Justiça, Francisca Van Dunem;
  • Maria Manuel Leitão Marques, que agora deixou o governo, irá ocupar em Junho o cargo de deputada do PS no Parlamento Europeu;
  • Esse cargo já antes foi ocupado pelo seu marido, Vital Moreira;
  • A mulher do eurodeputado Carlos Zorrinho, Rosa Matos Zorrinho, deixou de ser secretária de Estado da Saúde, mas foi, entretanto, nomeada para presidir ao conselho de administração do Centro Hospitalar Lisboa Central;
  • Guilherme Waldemar d’Oliveira Martins, filho do ex-ministro Guilherme d’Oliveira Martins, também deixou agora de ser secretário de Estado das Infraestruturas, após António Costa ter nomeado para ministro do Planeamento o seu amigo Nelson de Souza;
  • Nelson de Souza vai juntar-se no governo ao grande amigo Pedro Siza Vieira, ministro-adjunto;
  • Há ainda outro grande amigo, Diogo Lacerda Machado, que nunca quis ir para o governo, mas foi ajudando bastante, até acabar administrador da TAP. (Fonte Crónica Miguel João Tavares).

Calma que ainda não acabou:

  • Pedro Nuno Santos é casado com Ana Catarina Gamboa, também ela com um passado de dirigente da JS e mais recentemente assessora do amigo e ex-vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Duarte Cordeiro;
  • A mulher de Duarte Cordeiro, Susana Ramos, foi directora do departamento social da autarquia da capital, mas em Março de 2017 foi escolhida para coordenar um organismo criado pelo governo nessa mesma data;
  • O ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, trabalhou com a mulher no próprio Ministério. Isabel Marrana foi chefe de Gabinete de uma das secretarias de estado, até ter pedido a demissão há 6 meses;
  • No gabinete do primeiro-ministro, está Patrícia Melo e Castro como assessora, cunhada de Ana Catarina Mendes, a número dois de António Costa no partido, que por sua vez, é irmã do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes;
  • No Ministério dos Negócios Estrangeiros encontramos Francisco, como Técnico Especialista desde 2015. E numa empresa da Defesa Nacional, vemos o irmão mais novo, João Maria, como assessor. (Fonte RTP Notícias).

Espere não se vá já embora.
Agora vem a família de César:

  • São cinco: além do líder parlamentar socialista, Carlos César, há outros quatro “césares” na administração pública e em cargos públicos;
  • a mulher foi nomeada pelo Governo regional;
  • o filho foi eleito pelo PS regional;
  • a nora nomeada por uma secretária do governo regional;
  • o irmão escolhido pelo ex-ministro da Cultura do actual Governo. (Fonte Sábado)

Está já cansado?
Resista mais um bocado.
Em Elvas, um concelho liderado pelo PS, a RTP denunciou recentemente o autarca Nuno Mocinha que abriu um mega-concurso público onde colocou 27(!!!) familiares seus. (Fonte RTP Notícias)