terça-feira, 26 de setembro de 2017

Evolução da dívida direta do Estado - Agosto 2017


Evolução da dívida direta do Estado - Agosto 2017
Em 31 de agosto de 2017, o saldo da dívida direta do Estado cifrou-se em EUR 245.636 milhões, aumentando 0,6% face a julho de 2017. Este aumento do stock ficou a dever-se, essencialmente, ao aumento do saldo de OTRV, em resultado do lançamento da OTRV AUG2022, no montante de EUR 1.200 milhões, bem como, pelo saldo de BT, explicado pela realização de 2 leilões (nos montantes de EUR 250 milhões na linha a 3 meses BT 17NOV2017 e EUR 860 milhões na linha a 11 meses BT20JUL2018). Por outro lado, verificou-se um reembolso antecipado do empréstimo FMI no montante de SDR 668 milhões (o equivalente a EUR 799 milhões). Adicionalmente, registou-se  uma diminuição do saldo de OT, em virtude da recompra bilateral da OT 4,75%JUN2019 (com o valor nominal de EUR 101 milhões). O saldo de CA diminuiu EUR 50 milhões, enquanto o saldo de CT manteve um contributo positivo, aumentando EUR 351 milhões. Já o stock de CEDIC registou uma diminuição de EUR 3 milhões, enquanto o saldo de CEDIM se manteve inalterado face ao mês de julho. As contrapartidas das contas margem recebidas no âmbito de derivados financeiros registaram uma redução de EUR 202 milhões. As flutuações cambiais contribuíram para uma diminuição do stock da dívida de EUR 79 milhões. 
A dívida após coberturas cambiais situou-se em EUR 244.735 milhões, refletindo os efeitos favoráveis das coberturas cambiais (no valor de EUR 902 milhões). Face ao mês precedente, a dívida após coberturas cambiais registou um aumento de 0,6%.

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Défice e Dívida - "A HISTÓRIA QUE NOS QUEREM CONTAR"

in Jornal de Negócios
“A HISTÓRIA QUE NOS QUEREM CONTAR
A trajectória ascendente da dívida pública Portuguesa, e pela primeira vez em mais de 20 anos, baixou de 131% do PIB em 2014 para 128,9% em 2015, com o anterior Governo chefiado por Pedro Passos Coelho.
Depois veio a geringonça:
241 mil milhões em 2016 (subida de 10 mil milhões) e 249 mil milhões em Julho de 2017 (mais 8 mil milhões em seis meses).
Os socialistas dizem-nos: mas o défice desceu. Certo.
Mas desceu o défice face ao PIB, que subiu. O aumento da dívida pública é tão grave que, mesmo com o crescimento económico de 2017, o maior do século de acordo com as mentiras socialistas, mas o pior da Europa quando comparado o segundo com o primeiro trimestre deste ano, a dívida pública em percentagem do PIB traduziu-se, em 2016, em mais de 130%.
António Costa veio agora durante a campanha eleitoral, dizer que a partir de Outubro deste ano, depois das eleições autárquicas, o governo vai reduzir a dívida pública.
Como o fará, não diz. Se calhar nem ele sabe …
E não diz por um motivo simples: porque a redução a que se refere é a da percentagem da dívida face ao PIB e não do seu montante absoluto, que continuará a subir.
Ou seja, não será a dívida que diminui, mas o PIB que cresce. O que significa que vamos dever mais, e que cada vez mais viveremos o dia de hoje com o que vamos ganhar amanhã.
A ideia de António Costa é que o PIB cresça a qualquer custo, fazendo de conta que está tudo bem.
Mas quando a economia tropeçar devido a uma calamidade natural, a uma recessão num país próximo de Portugal, ou até porque quem compra a nossa dívida ache que é demais (caso do BCE), o crescimento abranda, a recessão instala-se, mas a dívida pública lá continua.
Já não serão 250 mil milhões de euros, mas 260, 270 e por ai fora, e com a queda, nessa altura inevitável do PIB, não serão 130%, mas sim 140% ou 150%, ou mais.
António Costa anda contente, mas as causas do seu contentamento são o esforço que todos fizemos entre 2011 e 2015 e que não deveríamos permitir que alguém o pudesse desbaratar para mero prestígio pessoal.
Até porque quem vai pagar esta loucura somos nós, não eles.
O aroma do poder, o desespero e a irresponsabilidade de meia-dúzia de doidos varridos fazem milagres pela harmonia …” by Luis Faria.