sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Défice e Dívida - "A HISTÓRIA QUE NOS QUEREM CONTAR"

in Jornal de Negócios
“A HISTÓRIA QUE NOS QUEREM CONTAR
A trajectória ascendente da dívida pública Portuguesa, e pela primeira vez em mais de 20 anos, baixou de 131% do PIB em 2014 para 128,9% em 2015, com o anterior Governo chefiado por Pedro Passos Coelho.
Depois veio a geringonça:
241 mil milhões em 2016 (subida de 10 mil milhões) e 249 mil milhões em Julho de 2017 (mais 8 mil milhões em seis meses).
Os socialistas dizem-nos: mas o défice desceu. Certo.
Mas desceu o défice face ao PIB, que subiu. O aumento da dívida pública é tão grave que, mesmo com o crescimento económico de 2017, o maior do século de acordo com as mentiras socialistas, mas o pior da Europa quando comparado o segundo com o primeiro trimestre deste ano, a dívida pública em percentagem do PIB traduziu-se, em 2016, em mais de 130%.
António Costa veio agora durante a campanha eleitoral, dizer que a partir de Outubro deste ano, depois das eleições autárquicas, o governo vai reduzir a dívida pública.
Como o fará, não diz. Se calhar nem ele sabe …
E não diz por um motivo simples: porque a redução a que se refere é a da percentagem da dívida face ao PIB e não do seu montante absoluto, que continuará a subir.
Ou seja, não será a dívida que diminui, mas o PIB que cresce. O que significa que vamos dever mais, e que cada vez mais viveremos o dia de hoje com o que vamos ganhar amanhã.
A ideia de António Costa é que o PIB cresça a qualquer custo, fazendo de conta que está tudo bem.
Mas quando a economia tropeçar devido a uma calamidade natural, a uma recessão num país próximo de Portugal, ou até porque quem compra a nossa dívida ache que é demais (caso do BCE), o crescimento abranda, a recessão instala-se, mas a dívida pública lá continua.
Já não serão 250 mil milhões de euros, mas 260, 270 e por ai fora, e com a queda, nessa altura inevitável do PIB, não serão 130%, mas sim 140% ou 150%, ou mais.
António Costa anda contente, mas as causas do seu contentamento são o esforço que todos fizemos entre 2011 e 2015 e que não deveríamos permitir que alguém o pudesse desbaratar para mero prestígio pessoal.
Até porque quem vai pagar esta loucura somos nós, não eles.
O aroma do poder, o desespero e a irresponsabilidade de meia-dúzia de doidos varridos fazem milagres pela harmonia …” by Luis Faria.

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