sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Luz ao fundo do Túnel


Pedro Passos Coelho bem tenta falar numa luz ao fundo do túnel que os portugueses teoricamente já poderiam estar a vislumbrar.
O problema é que os portugueses não são cegos, e da mesma forma que não vêm a dita luz, sentem as injustiças que estão a ser feitas todos os dias, cada vez mais e sempre em cima dos mesmos.
As privatizações, as portagens, o ataque aos FPs, aos RSIs, aos reformados, foi o mandar a malta emigrar, etc... os portugueses são pachorrentos, mas estão a chegar ao limite da paciência.
Mas a questão mais pertinente, é que perante tamanha avalanche de carga fiscal e de cortes no estado, o deficit de 2012 (primeiro orçamento total de Vitor Gaspar) é mais elevado que o de 2011 (último orçamento de Teixeira dos Santos).
Como é que a receita falha desta forma, e Vitor Gaspar diz que o caminho é o certo? É certo que vamos poder ir aos mercados da dívida em breve, mas de que serve isso, quando a economia portuguesa está a ser destruída e milhares de pessoas estão a ir para o desemprego todos os meses? Tempos perigosamente semelhantes aos tempos da "outra senhora". Somos poupadinhos e o país fica ainda mais pobrezinho e a passar fome. É esse o modelo económico que queremos para Portugal?
A insatisfação de tantos portugueses vem de vermos tantos sacrifícios a serem-nos pedidos, sem percebermos para quê, e tantas medidas injustas executadas ao abrigo do conceito abstracto de salvar Portugal do deficit e da dívida (que continuam a aumentar).
Ajudei a equipa do PSD a elaborar algumas medidas na campanha para as eleições. Nunca por lá vi Vitor Gaspar. Nunca o vi no PSD. Não percebo como Passos Coelho segue cegamente todas as medidas que ele propõe.
O PSD tinha medidas que propunham fomentar a criação de emprego por via do micro-empreendedorismo durante todo o mandato. Propunha-se ainda benefícios fiscais para as empresas exportadoras, com objectivo de ter as exportações a crescer entre 10 a 20% ao ano. E muitas outras medidas com impacto no crescimento.
Nos cenários que foram estudados, não havia recessão, e só havia crescimento (as medidas são idênticas às que o Chile implementou, que está a crescer 6% ao ano). E é que eram medidas bem pensadas, que além de fazerem isto, reduziam o deficit.
O que aconteceu entre o período eleitoral e o arranque da governação que destruiu todo o trabalho que o PSD tinha feito antes? Não sei! Mas que agora a maioria dos portugueses não acreditam neste governo e no PSD é uma verdade tão dramática como La Palisseana.
É que o PSD apareceu como esperança de muitos portugueses num futuro melhor, pois perderam toda a confiança no PS, e o dramático é que os portugueses não têm mais para onde olhar, pois o 3 partidos ditos do arco do poder não inspiram confiança, e os de fora do arco, não têm credibilidade para serem uma alternativa de confiança. Por isso, nós estamo-nos a sentir a entrar num túnel, que não tem luz ao fundo.
E isso é um fim para o modelo de democracia em que vivemos.
Ou alguém abre os olhos a tempo, ou isto pode mesmo descambar.
Tenho esperança que as coisas mudem muito em breve e o Governo implemente algumas das medidas que estavam no programa.
A esperança é a última a morrer... antes de iniciarem as convulsões sociais... que alguém acenda a Luz. Não digam nada ao Gaspar, que ele ainda manda apagar a luz para cortar na despesa da electricidade... aliás se calhar é por isso que Passos Coelho diz que já há uma luz ao fundo do túnel mas ninguém a vê. Gaspar mandou apagar para poupar mais um pouco! ;-)

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