Primeiro dizer que reconheço a necessidade imperiosa e absoluta da redução de deficit e da dívida portuguesa. Esse deve ser o primeiro objectivo de qualquer governo de portugal, durante a próxima década. Parte do que tem vindo a ser feito e defendido por este governo é fundamental para o nosso futuro como país. E por isso as medidas apresentadas ontem, podiam e deviam ter sido apresentadas, há 2 anos quando o governo tomou posse.
Há 2 anos atrás Passos Coelho teria muito mais força e capacidade de fazer passar as medidas que agora preconiza. No entanto durante 2 anos, o Governo não apresentou medidas que promovam o crescimento (é possível negociar medidas de crescimento com a UE, sem aumentar a despesa, reforço esta ideia), e combatam o impacto das medidas de austeridade. É mau para ele e para Gaspar, pois porque ao não o fazerem, falharam as previsões todas e constantemente. É mau para nós que deixamos de acreditar nestes dois, e vivemos na pior recessão de que há memória. E é também mau para nós, pois mais fácil é discursos populistas e fáceis como o de Soares, Sócrates e recentemente de Seguro e os já habituais do PCP e BE, ganharem maior adesão nos portugueses.
Há mais de 3 milhões de portugueses a viver em condições muito abaixo do aceitável. Há mais 6 milhões que vivem remediados, uns muito, outros mais à vontade. Isto para um país com 10 milhões de habitantes, é péssimo para o seu povo e por força de vivermos em democracia, é péssimo para o seu governo.
Na Islândia os partidos que provocaram e alimentaram a "desgraça" neo-liberal que levou à insolvência do país voltou ao governo passado 3 anos. Os Islandeses esqueceram-se provavelmente do que os levou ao pedido de ajuda externa ou não.
PPD/PSD e CDS/PP vão a eleições no máximo daqui a 2 anos, e os portugueses vão dar a vitória, provavelmente com maioria, ao PS. Os portugueses esqueceram-se de quem os levou lá? Não! Mas vão se lembrar de quem os empurra para o precipício todos os dias, e Gaspar e Passos Coelho, ou perderam total noção da realidade, ou não têm sensibilidade nenhuma do que estão a fazer a Portugal e aos portugueses.
E ao contrário do que diz o ditado, os portugueses vergam, mas não partem, e a paciência tem limites. E os portugueses estão a chegar ao limite. Só falta um click, e vamos ter problemas bem mais sérios em Portugal do que na Grécia.
Infelizmente esta geração e grupo de políticos que nos governa, não têm experiência nenhuma de vida (excepto daquela vida que gravita à volta da vida partidária que eu nem quero adjectivar), nunca passaram um mês sem emprego, nunca tiveram ninguém com necessidades, não têm família nem amigos (porque a vida política não lhes permite) e por isso vivem alienados da realidade, e acham que tudo isto lhes pode ser perdoado e que podem passar incólumes a tudo isto.
A verdade é que quem como eu apoiou Passos Coelho para Primeiro Ministro, sabe agora aquilo que na altura temia, que ele não tinha perfil para ser Primeiro Ministro de um povo como o português, e que tivemos razão quando não o apoiamos nas eleições internas do PSD.
A solução pode passar por uma alternativa nascida no interior do PSD. Vamos aguardar para ver. Há muita gente a mexer-se nesse sentido...
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