Vamos na rua, ou a tomar café, ou a jantar com a família, ou numa patuscada com amigos, e todos sabemos a causa da situação em que vivemos: "O problema é que...". Já ouviram este início de frase, com certeza, muita vezes.
Isto é latino, e por via disso, é português... é genético, e não há nada a fazer... ou haverá?
Em cima disto, todos sabemos que a culpa é "daquele" ou "daquele outro que é um ladrão", e uns são bons, outros são maus!
Normalmente os "meus" são todos "bons", todos uns "santos", nunca roubaram e são incorruptíveis. Depois há os "outros", que para além de serem "maus", são todos uns "ladrões", "corruptos" e nunca fizeram nada de bom por Portugal.
Para receber este tipo de adjectivos, basta ser da cor partidária oposta ou do clube contrário.
Sim, porque isto aplica-se também ao futebol. Se és do Benfica, o Pinto da Costa e a sua laia são uns ladrões, enquanto Luís Filipe Vieira e seus acólitos são tão santos que deviam estar em Fátima e nem se percebe bem porque ainda não estão. Se és do Porto, a história é exactamente ao contrário...
Isto tem tanto de inteligente, como nós sermos um país nórdico! ;-)
A verdade é que sermos latinos dá-nos muitas coisas boas, mas dá-nos muitas coisas más também.
Para sabermos diferenciar o que está bem ou mal, é relativamente simples. Mas para percebermos as coisas a fundo, não nos podemos limitar a fazer análises superficiais, de ver se a coisa é preta ou branca, se é 8 ou 80, se é bom ou mau!
Dá muito trabalho sermos analíticos em profundidade é verdade, e temos de ser organizados na análise que fazemos, e sobretudo para bem da nossa consciência, devemos procurar ser o mais isentos possível. Se não o fizermos, a nossa análise pecará sempre por ser superficial, parcial e pouco útil à sociedade.
Temos a obrigação histórica para nosso bem, e de quem cá vai ficar depois de nós (os nossos filhos), de sermos mais profundos, sermos mais profícuos, sermos mais analíticos, no que concerne aos problemas de Portugal, no momento difícil que atravessamos.
Se não o fizermos, vamos continuar a alimentar o vazio de ideias e soluções, que nos temos habituado a conviver com, na nossa sociedade.
Temos também de ser menos egocêntricos, e procurar soluções conjuntas em ver de nos vermos como o D. Sebastião de Portugal.
As soluções estão em nós, em todos nós e não apenas num, e sem o envolvimento de todos nesta necessária objectividade, vamos continuar todos a ser treinadores de bancada, e a não fazer nada para ajudar a encontrar as soluções que Portugal tanto precisa.
Vamos continuar a ser apenas portugueses... e latinos... geneticamente falando, claro está! ;-)
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