Depois de Sócrates ter deixado Portugal na situação em que deixou, havia esperança, que as coisas se corrigissem minimamente.
Com Passos Coelho os deficits excessivos foram de facto controlados à custa de muito sacrifício e de medidas transitórias, como o aumento da carga fiscal, a redução da despesa social, etc, e no entanto... a dívida continua a aumentar.
Estamos também melhor porque o credito à nossa economia melhorou, quer em dimensão, quer nas taxas de juro que a República e as empresas têm de pagar, mas a luz ao fundo do túnel ainda está muito longe.
O Desemprego tem vindo a cair, se bem que a Emigração tem sido o que todos sabemos.
E no entanto, ou na sequência de tudo isto, este Governo continua a conseguir surpreender-nos, ainda mais pela negativa.
Num país dito "normal" em que as palavras "vergonha" e "responsabilidade" tivessem algum significado próximo do que vem no dicionário, a Ministra da Justiça e o Ministro da Educação, já se teriam demitido.
A Sr.ª Ministra da Justiça deveria assumir as suas "responsabilidades" e ter "vergonha" do resultado que produziu, mas não, continua impávida e alegremente a sorrir para os jornalistas (e para os Deputados da Nação), a dizer que tudo vai bem na Justiça em Portugal.
E o que se passou com o Concurso de Professores este ano, é a prova provada que o PSD sempre que vai para o Governo, consegue fazer erros demasiada e repetidamente graves na Educação, que mexem seriamente com a vida dos professores, alunos e pais.
Muito mais de um milhão de portugueses vêem as suas vidas seriamente impactadas, por erros sucessivos na colocação dos professores.
O Sr. Ministro da Educação deveria assumir as suas "responsabilidades" e ter "vergonha" do resultado que produziu, mas não, continua impávido e alegremente a sorrir para os jornalistas (e para os Deputados da Nação), a dizer que tudo vai bem na Educação em Portugal.
Por último, e da mesma forma que Sócrates, acusado de coisas bem mais graves que Passos Coelho, se devia ter demitido pela responsabilidade que teve no estado a que o país chegou, e pela vergonha que devia ter tido pelos casos a que foi associado, Passos Coelho deve começar seriamente a pensar se tem condições para continuar.A única forma que Pedro Passos Coelho pode evitar o aumentar de pressão sobre ele, é uma remodelação governamental que limpe a imagem do Governo, e um esclarecimento cabal e totalmente transparente do que andou a fazer na Tecnoforma e na ONG que ele criou. E mesmo assim... será que ainda vai a tempo?
Passos até tem tido a atitude prudente de não ceder a populismos. Estamos a um ano de eleições e o Governo ainda não está totalmente em modo eleitoral, mas se calhar já devia estar a preocupar-se com isso. Afinal vivemos em democracia, e as eleições fazem parte do percurso normal em democracia de qualquer governo. Esta inabilidade política pode matar este governo, mas mais grave do que isso, pode tornar o pais irrecuperável.
Este Governo, consegue transmitir uma imagem de incompetência, falta de transparência e falta de vontade de reformar, muito superior ao que se achava possível, depois do que aconteceu anteriormente. Acrescenta a isso um autismo acéfalo, que vem desde o princípio, mas agravou-se seriamente nos tempos recentes. O Governo até conseguiu vitórias importantes, mas precisa de mostrar que não foram obra do acaso ou da Troika.
É que se não mudar, voltaremos ao anterior modelo de governação, que tão maus resultados nos trouxe a todos, e que tantos sacrifícios nos obrigou a fazer, por imposição do resgate que tivemos que pedir como país, pois Costa facilmente ganhará em eleições contra o "actual" Governo e o "actual" Passos.
Todos os portugueses tínhamos a esperança de que este governo, nos pudesse conduzir para a saída do túnel em que nos metemos.
O problema é que a luz continua muito longe e pelo que vemos do Governo o nosso "fado" será o de continuarmos cá dentro por muito mais tempo...
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