Para este ano que agora se avizinha, deixo aqui uns VOTOS relativamente à ideia que o João Nogueira Santos e eu temos vindo a acarinhar, do "Adere, Vota e Intervém dentro de um Partido. Cidadania para a Mudança."
A ideia que a democracia é fácil, deve ser combatida com toda a força, pois não é fácil e exige mesmo muito dos cidadãos para que funcione bem.
A "demos" "cracia", o poder de representação do povo, é no entanto o melhor dos sistemas políticos que temos e podemos utilizar.
Em Portugal desde os tempos do Marquês de Pombal, temos vivido em ditadura quase permanente, e mesmo nos tempos que apelidamos de democracia, são tempos de uma quase ditadura dos partidos e dos poderes que a eles se agarram.
No entanto isso acontece sobretudo por culpa nossa, dos portugueses. Vejam-se os comentários que vemos todos os dias no Facebook ou que ouvimos nos cafés, em que uns defendem o actual governo, outros defendem o governo de Sócrates, uns acusam o governo do Cavaco, outros defendem o homem.
A democracia exige de nós um escrutínio muito mais elevado, que o de treinador de bancada. Mandar uns "bitaites" no Facebook ou no café, a dizer mal ou bem de determinado político, é o mesmo que andar na rua a dizer mal do vizinho que mal conhecemos... somos assim, somos portugueses, fomos educados para ser assim... agradecimentos especiais ao Marquês de Pombal.
Temos de ser capazes de construir uma democracia mais madura. Todos nós devemos isso à sociedade e aos nossos filhos (sobrinhos, netos, ...). Temos de ser capazes de fazer nós a mudança.
Começa desde logo pela capacidade de criticarmos o nosso partido (vulgo côr partidária ou clube) naquilo que ele fez ou faz de mal, e procurarmos que o futuro seja melhor. Normalmente e devido a uma doença (genética?) designada de "clubite", só conseguimos ver o mal dos outros. Veja-se o caso de Cavaco, Guterres, Sócrates, Passos Coelho, só para falar de alguns, em que em vez de os defendermos (eles que se defendam a eles próprios) temos de ver o que faríamos melhor que eles e através da nossa pressão, obrigarmos a que eles ou quem vem depois deles, tenha de fazer melhor. E isso, não é só no Facebook ou no café!
É sobretudo no local onde lhes dói, onde o poder deles se baseia, e onde os podemos deitar abaixo: dentro dos partidos que os alimentam a eles e ao seu aparelho partidário.
Os políticos que estão lá hoje, estão porque não há outras alternativas a surgir. O leitor está disponível para ser uma alternativa? Está pelo menos disponível para ajudar a criar alternativas? Contribuindo com ideias, conteúdos, sugestões, mas sobretudo com o poder do voto dentro dos seus partidos?
A principal função de um militante é regular o funcionamento do seu partido, pelos valores e ideais que ele entende serem os melhores, e apoiando escolhendo as pessoas que ele entende serem as melhores para representar esses valores e ideais. Para isso o militante não pode, nem deve, votar atrás do cacique o do voto na moda. O militante tem de ser crítico e escrutinador da função partidária, e ao mesmo tempo ajudar a seleccionar os melhores e bons dentro dos partidos, para que esses sim desempenhem as funções principais dentro do exercício do poder que lhe for atribuído por voto popular. Ora esse escrutínio só se consegue participando civicamente e nos momentos de decisão, com o poder do voto dentro dos partidos.
Tudo o mais é mero exercício de voyeurismo político partidário ou de comentador de bancada.
Estamos prontos para isso?
É que desse pequeno passo que vai do comodismo de estarmos em nossa casa, e não termos de pensar nos problemas do país, ao acto máximo de civismo que é votar em eleições dentro dos partidos, vai um salto tão grande ou maior do que aquele que dá início a uma revolução.
E o que nos precisamos é isso, uma revolução de mentalidades e de acção! Estão disponíveis para essa mudança?
É que a mudança que os portugueses todos querem é fácil... começa em cada um de nós... e o ideal é que acabasse em todos nós.
Quando a nossa democracia for mais participada, será também mais madura, e um dia será mais justa, mais próspera para todos nós.
Esses são os meus VOTOS para 2013!
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