segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Dívida Pública - Lição a nunca mais esquecer: Governo Sócrates

Chamado à atenção para este artigo (http://dlvr.it/C0KJXd), nomeadamente por alguns comentários que foram deixados no Facebook, como "o grande período de endividamento de Portugal foi o da era cavaquista - de 6 de Novembro de 1985 a 28 de Outubro de 1995, ... herança deixada, e que comprometerá as próximas gerações" ou "...do tempo do socrates (?), de do tempo antes dele. ora !.... ganda lata!", fez-me voltar atrás e pensar que temos de falar mais sobre este assunto, por forma a que não se repita o mesmo erro for futuros governos.
O peso total da dívida assumida só durante os 6 anos de governação Sócrates? Mais de 60 mil milhões de euros! Deficits assumidos ao longo dos 6 anos em que foi Primeiro Ministro.
E este valor não contabiliza, tudo o que depois teve de ser "assumido" à posteriori, com o alargamento do perímetro contabilístico do estado, que só em PPPs rodoviárias por exemplo, aumentou a dívida em 29 mil milhões de euros.
Portanto este artigo até é simpático. Facilmente se calcula, que Sócrates assumiu para as gerações futuras, aproximadamente metade da dívida actual. Os 41 mil milhões que refere o artigo que ainda faltam pagar dessa altura, há que somar mais quase 60 mil milhões, que só serão pagos em legislaturas posteriores.
Somo sabem tenho sido muito crítico do Governo de Passos Coelho, mas o que Sócrates fez ao país, é de lesa pátria. Foi um traidor, baseado na sua própria vaidade, quis fazer tudo o que podia para agradar a tudo e a todos (sobretudo aos mais próximos), por forma a ficar bem na vida e todos os que o rodeavam também. Não se limitou nunca na despesa, e quando lhe chamavam a atenção para isso, afastava-os ou fazia com que se afastassem (veja-se o caso Campos Cunha).
Por tudo de bom que Sócrates tenha feito, o que fez endividando as gerações futuras para lá do razoável, devia ser alvo de muito maior escrutínio, por forma a evitar-se que no futuro se volte a cometer o mesmo erro.
O limite ao endividamento, tem de ser consagrado na constituição. A responsabilização civil do acto de gestão pública danosa, tem de ser consagrado na lei. Não podemos continuar a aceitar que um empresário por gestão danosa, possa ir preso, enquanto um político por muito dano que cause na "coisa pública", possa ir alegremente gozar a sua pensão vitalícia, sem que ninguém lhe assaque nada. Obviamente que uma lei destas deveria ser alvo de um largo consenso parlamentar, mas que só poderá ser conseguido se os portugueses, Nós, assim o exigirmos aos nossos representantes.
Que assim seja.

PS: Deixo-vos ainda alguns artigos que vale a pena consultar sobre este tema.

Em 2010 alguém já falava sobre a enorme dívida que sócrates ia deixar:
http://quartarepublica.blogspot.pt/2010/02/pao-pao-queijo-queijo-os-numeros-da.html
Em 2011 aqui o vosso amigo fazia um apanhado das dívidas que os vários governos nos deixaram:
http://rderevolucao.blogspot.pt/2011/04/defice-anual-do-estado-portugues-nos.html
E mais recentemente fui verificar os dados do Banco de Portugal (com as correcções aos dados passados, que foram entretanto corrigidos à luz do que entretanto se verificou/descobriu com a vinda da Troika a Portugal):
http://rderevolucao.blogspot.pt/2015/06/divida-publica-portuguesa-dados-do.html

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Rui Rio


Olha quem avisava em 1998... aquilo que se verificou em 2009 e confirmou até 2015!
Posted by Carlos Macedo E Cunha on Wednesday, August 19, 2015

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Evolução da dívida direta do Estado - 30 de Junho de 2015

Em 30 de junho de 2015, o saldo da dívida direta do Estado cifrou-se em EUR 220.641 milhões, diminuindo 1,6% face ao final do mês anterior.
A redução do stock da dívida ficou a dever-se, essencialmente, ao segundo pagamento antecipado do empréstimo do FMI, cujo valor ascendeu a EUR 1.765 milhões, bem como à execução de recompras bilaterais de OT com maturidade até 2016, num total de EUR 679 milhões, e de diversas linhas de BT com maturidade em 2015 num total de EUR 1.151 milhões.
Realizaram-se 2 leilões de BT, nos montantes de EUR 212 milhões (na linha a 3 meses BT 18SET2015) e EUR 593 milhões (na linha a 11 meses BT 20MAI2016), que parcialmente compensaram a amortização do BT 19JUN2015 (no valor de EUR 1.133 milhões).
Em sentido contrário evoluiu o outstanding de CEDIC, que aumentou em EUR 492 milhões, o saldo de CA e de CT que registaram um contributo líquido positivo de EUR 12 milhões e de EUR 90 milhões, respetivamente.
As flutuações cambiais contribuíram para um decréscimo do stock da dívida de EUR 355 milhões.
In http://www.igcp.pt/gca/index.php?id=1473

quarta-feira, 22 de julho de 2015

A desunião da União...

«Um bom trabalho do economista sénior para a Europa da Jefferies, que revela bem como o projecto do Euro está incompleto e a diferença de esforços entre os diversos Estados dentro dos Estados Unidos e da Alemanha e restantes países economicamente fortes para com os seus "parceiros" Europeus
Enquanto que a contribuição liquida da Alemanha para o orçamento europeu é de 0.47% do seu PIB, o Estado de Nova Iorque transferiu 4.4% anualmente desde 1990.»
"Roubado" por aí...

quarta-feira, 10 de junho de 2015

10 de Junho - História de Portugal

10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas é também conhecido como o "Dia da Raça”.


O 10 de Junho é adoptado e adaptado pelo regime instaurado em 1933, e passa a ser conhecido como o Dia da Raça.

Conceição Meireles,especialista em História Contemporânea da Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
“Quando se tenta exaltar o Dia da Raça, é a raça do povo português entendida de uma forma geral, global”. O que está em causa é a “originalidade” e “a capacidade dos portugueses”, explica Conceição Meireles.

“O Estado Novo sempre quis sublinhar a originalidade do povo português face aos outros povos europeus. Por alguma razão este pequeno povo tinha uma História de séculos; era dos Estados mais antigos da Europa e tinha um Império colonial que quase nenhum outro país europeu possuía”.

Esta era a “raça do povo português que tinha de ser “exaltada a todo o custo”, era a “raça no sentido do dia do povo português”, explica a historiadora. 

O Dia da Raça, no Estado Novo deve ser entendido no sentido em que significa “um povo diferente, aparentemente frágil, mas com valores que lhe permitiram grandes realizações”.

Texto "roubado" ao Pedro Costa Pinto.

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Dívida Pública Portuguesa - Dados do Banco de Portugal

Nos últimos dias temos ouvido muitos economistas e políticos falar da Dívida Pública, e do quanto terá subido no mandato do actual Governo.
Não sei se será por desconhecimento ou por pura má fé, mas a verdade é que desde Jorge Coelho ontem no programa a Quadratura do Circulo na SIC, que referiu que com este Governo a Dívida teria subido 84!!! mil milhões de euros, a Francisco Louçã, hoje no Jornal da Noite da SIC Notícias, que referiu que esta teria subido 40 mil milhões de euros, ou mesmo o candidato do PS a Primeiro Ministro, António Costa, que referiu que a Dívida aumentou 33% do PIB (ou seja perto de 60 mil milhões de euros), os números avançados estão totalmente errados ou são simplesmente falsos (depende de interpretarmos, ou não, estas informações como má fé).
Mas para tirar as duvidas, fiz o que costumo fazer habitualmente e fui procurar os dados divulgados pelo Banco de Portugal, que incluem os depósitos que o Estado detém e que, na prática, abatem à dívida para obter a dívida líquida.

Evolução da dívida líquida:
Dezembro de 2010 : 158.736 M€
Abril de 2015 : 208.791 M€

Vale a pena ver o gráfico para se ver/perceber melhor.

Em 2015 o aumento líquido da dívida está muito controlado, o que parece indicar que se está a chegar a um equilíbrio no deficit público. Evidentemente que as restrições orçamentais e os cortes têm sido muitos e, muitas vezes, cegos, mas este equilíbrio reflecte uma queda acentuada do deficit.
Se costumo criticar este Governo em diversas áreas, nesta área os resultados oficias falam por si e temos de dar a mão à palmatória, e reconhecer que o trabalho e esforço realizado pelos portugueses, começa a dar os seus frutos.
Nestes 3 anos e meio, a Divida subiu (apenas!?) cerca de 25 mil milhões de euros, e está a descer pela primeira vez desde há muitos, muitos, muitos anos... Para termos um termo de comparação, no último ano do mandato do Governo Sócrates, a Dívida cresceu em termos líquidos quase 50 mil milhões de euros, e o deficit foi de 24 mil milhões de euros... Isto numa comparação de um ano, versus quase 4 anos!!!
Por isso, recomendo aos economistas deste país, aos políticos e aos portugueses em geral, que antes de fazerem afirmações destas, e para não serem desmentidos pela realidade, vale a pena consultar as séries do Banco de Portugal. Aprende-se muito com elas... Pena que é, que ninguém o costume fazer. Nem mesmo os jornalistas...

O Drama das Eleições Legislativas de 2015

Quando o meu Pai quer falar de algo que o incomoda muito, refere sempre: "Sabes o que é dramático?"
Pois nas próximas Eleições Legislativas, vamos ter "Drama", pois estaremos num beco sem saída, que mostra bem o quão imatura é esta nossa jovem Democracia.
Sem me referir assim ao "Drama" que envolve, escrevi recentemente sobre isso em:
http://rderevolucao.blogspot.pt/2015/05/jogo-do-galo-nas-proximas-eleicoes.html

E sabem qual o drama?
Este governo que nos desgoverna, apesar de ser muito mau no papel que desempenha, mesmo assim, é muito melhor do que foi o governo anterior, em aspectos que têm a ver com o nosso futuro financeiro.
O drama, é que estamos a eleger gente fraca para nos governar há tempo a mais... e o mais dramático de tudo, é que como povo somos incapazes de gerar soluções políticas, para resolver os problemas em que colectivamente nos metemos.
Ou os portugueses pensam que a culpa é só dos Passos e dos Sócrates?
A culpa antes demais é nossa como povo, que fomos os que os escolhemos e os lá colocamos.
Saibamos escolher melhor os líderes dos nossos partidos, e o caminho será claramente melhor!
Não me conformo em ter de escolher, entre o Passos e o Costa, a Catarina e o Paulo, entre o Jerónimo e o Marinho... o único que ainda pode vir a ter algum interesse, mas não tem massa critica suficiente, é o Livre do Rui Tavares.
Para mim à esquerda demais (no entanto isso é uma questão meramente pessoal), mas tem um modelo de eleição e selecção das suas lideranças e dos seus representantes, muito mais correcto que o dos outros partidos.
A nossa democracia ainda tem muito que evoluir, e estas eleições são a prova perfeita disso.