Nos últimos dias temos ouvido muitos economistas e políticos falar da Dívida Pública, e do quanto terá subido no mandato do actual Governo.
Não sei se será por desconhecimento ou por pura má fé, mas a verdade é que desde Jorge Coelho ontem no programa a Quadratura do Circulo na SIC, que referiu que com este Governo a Dívida teria subido 84!!! mil milhões de euros, a Francisco Louçã, hoje no Jornal da Noite da SIC Notícias, que referiu que esta teria subido 40 mil milhões de euros, ou mesmo o candidato do PS a Primeiro Ministro, António Costa, que referiu que a Dívida aumentou 33% do PIB (ou seja perto de 60 mil milhões de euros), os números avançados estão totalmente errados ou são simplesmente falsos (depende de interpretarmos, ou não, estas informações como má fé).
Mas para tirar as duvidas, fiz o que costumo fazer habitualmente e fui procurar os dados divulgados pelo Banco de Portugal, que incluem os depósitos que o Estado detém e que, na prática, abatem à dívida para obter a dívida líquida.
Evolução da dívida líquida:
Dezembro de 2010 : 158.736 M€
Abril de 2015 : 208.791 M€
Vale a pena ver o gráfico para se ver/perceber melhor.
Em 2015 o aumento líquido da dívida está muito controlado, o que parece indicar que se está a chegar a um equilíbrio no deficit público. Evidentemente que as restrições orçamentais e os cortes têm sido muitos e, muitas vezes, cegos, mas este equilíbrio reflecte uma queda acentuada do deficit.
Se costumo criticar este Governo em diversas áreas, nesta área os resultados oficias falam por si e temos de dar a mão à palmatória, e reconhecer que o trabalho e esforço realizado pelos portugueses, começa a dar os seus frutos.
Nestes 3 anos e meio, a Divida subiu (apenas!?) cerca de 25 mil milhões de euros, e está a descer pela primeira vez desde há muitos, muitos, muitos anos... Para termos um termo de comparação, no último ano do mandato do Governo Sócrates, a Dívida cresceu em termos líquidos quase 50 mil milhões de euros, e o deficit foi de 24 mil milhões de euros... Isto numa comparação de um ano, versus quase 4 anos!!!
Por isso, recomendo aos economistas deste país, aos políticos e aos portugueses em geral, que antes de fazerem afirmações destas, e para não serem desmentidos pela realidade, vale a pena consultar as séries do Banco de Portugal. Aprende-se muito com elas... Pena que é, que ninguém o costume fazer. Nem mesmo os jornalistas...
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