Maior aumento de emprego desde o ano 2000, que acontece agora durante o governo de Pedro Passos Coelho, no final de uma legislatura com uma das maiores recessões de sempre na economia portuguesa, não evita que a economia nacional tenha o menor número de postos de trabalho desde, pelo menos, 1995.
O emprego na economia nacional aumentou 1,4% no ano passado, mostram os dados publicados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). É a primeira vez desde 2008 que o emprego aumenta em Portugal, estando a subir ao maior ritmo desde 2000.
Vistas assim as coisas, as notícias são muito positivas para a economia portuguesa, mesmo assumindo que parte da criação de postos de trabalho se deve aos estágios profissionais apoiados pelo Estado - o Banco de Portugal já explicou que esse é um dos efeitos que tem explicado o ritmo de quebra do desemprego.
Mas, olhando para os dados do INE por outro prisma, o cenário muda. No final do ano passado, estavam empregadas 4.153.200 pessoas em Portugal. Ou seja, há mais de 20 anos que não havia tão poucos postos de trabalho na economia nacional.
A série do INE só vai até 1995, ou seja, até há 20 anos. Nesse ano, estavam empregadas 4.529.000 pessoas, mais 15,8 mil do que no ano passado.
Os dados permitem ver também que toda a melhoria que se registou no mercado de trabalho português desde o início do milénio foi completamente apagada pela crise financeira, que começou com a falência do Lehman Brothers em 2008, e pelo pedido de resgate a troika em 2011, no final da governação Sócrates.
Foi 2008 o último ano em que Portugal teve mais de cinco milhões de pessoas empregadas. Desde então, a economia destruiu 567 mil postos de trabalho.
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