Eu até vejo o porquê de dizer isto, atendendo ao passado de Luís Filipe Menezes em Gaia (que para mim tem muito de mau, embora na minha opinião tenha muito mais de bom).
Mas tenho umas perguntas que gostava de ver respondidas pelo candidato Rui Moreira: se Luís Filipe Menezes começar a fazer "asneiras", eu dentro do PSD, tenho forma de o combater. Se o Rui Moreira fizer o mesmo, como o posso combater a si dentro do sistema político democrático em que vivemos? Não me diga na Assembleia Municipal, que eu não sou candidato a lugar nenhum nestas eleições, e por isso não terei assento na mesma.
E se eu tenho lutado estes anos todos para mudar a democracia em Portugal, pedindo aos cidadãos que se juntem ao "Adere, Vota e Intervém dentro de um Partido. Cidadania para a Mudança." em que medida é que as candidaturas independentes como a sua, podem contribuir para a mudança que se pretende? Tem de me ajudar, pois não estou a ver como.
Muito admiro a coragem que teve de se candidatar, mas ao ser "independente", afastou-se do eixo principal da democracia. O Rui não foi à luta dentro do sistema democrático. Fez um atalho, e candidatou-se directamente. Só posso ver isso como positivo, na minha visão da "demos cracia" como ela tem de ser, representativa, se o seu movimento independente der lugar a um partido, onde naturalmente muitos de nós caberíamos, pois só agregando as pessoas numa "demos" podemos efectivamente escrutinar a actuação política de quem representa este grupo de pessoas. Senão, não passa de ser um independente (como Manuel Alegre e outros que tais), e nunca congregará os esforços daqueles (que são muitos) que pensam como o Rui.
E por último, o título da sua entrevista ao ser o que está na primeira linha deste pequeno texto que lhe escrevo, diz-me que falou mais do seu principal adversário (porque provavelmente acha que ele é o mais bem colocado para ganhar, como dizem as sondagens), do que das suas ideias para o Porto. Eu conheço-o bem, e sei que tem boas ideias, e com certeza terá boas propostas para a cidade. Mas a mensagem que tem passado é a de um ataque pessoal cerrado ao Luís Filipe Menezes. Nada de ideias para o Porto sai na comunicação social. Esta semana os membros directos e indirectos da sua campanha, pareciam cães raivosos a atacá-lo. Não me parece uma grande estratégia. Mas quem sou eu, com certeza terá grandes experts a apoiá-lo na elaboração do conteúdo da sua campanha. Penso que Luís Filipe Menezes nesse aspecto tem feito uma campanha mais positiva, apresentando ideias para o Porto constantemente e em catadupa, o que para ele também pode estar a ser contraproducente em algumas áreas de eleitorado mais escrutinador
Independentemente disso desejo-lhe boa sorte, e se ganhar que continue a fazer o seu trabalho com as qualidades que sempre lhe reconheci, tenho pena é que mais uma vez os cidadãos do Porto, se mantenham à parte do sistema político constitucionalmente consagrado, para promover as mudanças que precisamos.
Mas isso é outra conversa, e estou certo que com o tempo lá chegaremos.
Só para terminar dizer-lhe que tenho pena de não poder votar em sí, mas como saiu fora do sistema político, saiu fora do modelo democrático em que eu desempenho a minha cidadania activa. Não o critico por isso, e compreendo bem porque o fez, mas se eu defendo uma coisa, não posso ser incoerente com o que defendo. Defendi a seu tempo, que gostava de o ver a si como candidato do PSD. Na altura não fui apoiado por nenhum dos que hoje, dentro do PSD, se colaram à sua candidatura. Tenho pena, talvez as coisas fossem diferentes hoje, e o PSD do Porto estaria hoje em condições de estar a disputar a maioria absoluta. Assim ficamos com uma disputa dividida, e em que as posições estremadas que temos ouvido, mostram que muita gente dentro do PSD acordou tarde, e possivelmente tem menos capacidade do que pensavam, para levar de vencida pela força das ideias e das pessoas, uma candidatura dentro do PSD.
Eu por isso, apoio Luís Filipe Menezes, e não me revejo no ataque baixo que tem vindo desses membros do PSD que o acompanham e que mais parecem estar "ressabiados", por saberem que vão ser afastados dos lugares que até agora ocupavam, e que vão ter de procurar "pouso" por outras andanças.
Meu caro Rui, não se admire que logo após as eleições comece a receber candidaturas para alguma das suas empresas ou à associação a que preside, de algumas dessas pessoas, que vão ficar "desocupadas".
Receba um abraço, Carlos Macedo e Cunha.
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